Recomendação 666
Capítulo 4:
Usando as Chaves para Abrir os Sinais

Agora vamos usar aquelas chaves, sobre as quais aprendemos no segundo capítulo, para interpretar algumas das imagens difíceis no livro de Apocalipse. É importante entender o significado daquelas imagens. Quando os eventos na Europa e no Mediterrâneo começarem a combinar com as imagens destas profecias, nosso mundo começará a testemunhar os sinais de estrada proféticos levando à volta de Cristo. Creio que isto pode estar acontecendo, e mostrarei mais tarde neste livro.  

Sinal 1: A Mãe de Todos os Sinais (Apocalipse 12:1-9)

A primeira imagem que precisamos compreender é a que pode ser chamada de a mãe de todos os sinais. Digo isto porque a Bíblia se refere a este sinal como um “grande sinal”. De fato, se não entendermos este sinal corretamente, não seremos capazes de entender todos os sinais que seguem na profecia.  

Verdadeiramente, este sinal será para os olhos dos anjos celestes. Nós aqui na terra, entretanto, chegaremos a apreciar seus efeitos. Quando este sinal for exibido, uma batalha enorme irá romper-se entre os anjos de Deus e Satanás e seus anjos nas alturas celestiais.

O Apóstolo João descreveu o grande sinal dessa forma: “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz”. (Apocalipse 12:1-2). 

Antes de interpretar este primeiro grande sinal, examinaremos outro.  

Sinal 2: O Grande Dragão de Sete Cabeças 

Imediatamente após o primeiro sinal vem outro. João disse: 

E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. (Apocalipse 12:3-4). 

Quando eu leio sobre estes dois sinais – o sinal da mulher e o sinal do dragão – visualizo dois exércitos angelicais, silenciosamente encarando um ao outro em um campo de batalha celestial. Cada lado está esperando que o outro se mova primeiro. Repentinamente, o sinal representando um lado é levantado no ar e há um ruidoso aplauso. Então outro sinal, representando o outro lado, aparece e aquele exército brada. 

Mas antes que a batalha comece, descobrimos que o primeiro sinal sobre a mulher não terminou ainda. João descreve o final do primeiro sinal:

E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. (3 ½ anos) (Apocalipse 12:5-6). 

Agora a batalha angelical começa. João escreve: 

E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. (Apocalipse 12:7-9). 

Quem é Aquela Mulher?

Quem é a mulher no primeiro sinal? Desde que Deus chamou este sinal de “um grande sinal” deve ser importante para nós que o entendamos corretamente. Alguns crêem que esta mulher em trabalho de parto, representa a igreja. Isto é porque a mulher na profecia bíblica pode representar a religião. Mas como poderia a igreja – algo que começou depois do nascimento de Jesus – dar a luz a Jesus (a criança a que se refere esta passagem)? Não somente isto não faz sentido, como muitas passagens das Escrituras apontam para uma melhor interpretação.  

Como tenho dito, a identificação correta desta mulher é uma questão muito importante. Se sua igreja alega que ela é a mesma mulher “vestida do sol”, devo lhe dar uma advertência. Existe outra mulher na profecia bíblica que também dá a luz a um falso messias. Mas esta é a “outra mulher.” Ela representa a falsa religião. Falaremos mais sobre isto adiante.  

A questão melhor e mais simples é que a mulher neste grande sinal é Israel. E seu filho é o Messias que nasceu dela e foi levado aos céus. Certamente, esta criança era Jesus.  

Então, encontramos novamente Deus preocupado, sobretudo com Seus propósitos para Israel e o Messias. Aqui, porém, Deus amplia Suas revelações mostrando que existe um lado spiritual para este conflito terreno. Este dragão de sete cabeças representa Satanás e os sete reinos gentílicos que ele usou para se opor aos propósitos de Deus para Israel.  

Nos já conhecemos a identidade de cinco destes reinos do sonho do rei Nabucodonosor. Mas o sonho do rei começou no tempo do cativeiro de Israel na Babilônia, e este grande sinal cobre um grande período de tempo. Esta imagem revela este grande conflito terreno sob o ponto de vista de Deus, começando com o tempo de Seu servo Abraão. 

De acordo com H.L. Willmington, em seu Guia Bíblico de Willmington, os sete reinos gentílicos representados pelas sete cabeças deste dragão são:

• Egito, que escravizou Israel por 400 anos (Êxodos 1-12) 
• Assíria, que tomou o reino setentrional de Israel (2 Reis 17) 
• Babilônia, que tomou o reino meridional de Israel (2 Reis 24) 
• Pérsia, origem do malvado Amam (Ester 3) 
• Grécia, origem indireta de Antíoco Epifânio (Daniel 11) 
• Roma, que destruiu Jerusalém em 70 D.C. (veja Lucas 21) e que atormentará Israel no império  
  restabelecido, como nunca antes na história (Apocalipse 12).1 

Em outras palavras, o Império Romano foi a sexta cabeça (reino). E um Império Romano ressurgido será a sétima cabeça (reino). 

Uma vez mais, devemos nos lembrar da natureza dinâmica destas imagens. Então, esta mulher é este grande sinal que representa Israel, a nação que Deus escolheu como Seu instrumento, para trazer salvação ao mundo. E o dragão representa Satanás e os sete principais reinos gentílicos que ele usou para se opor aos planos de Deus para Israel. Então Satanás está continuamente tramando para destruir o Messias e Sua nação especial, Israel. (2) 

Esta interpretação é consistente com as chaves. É simples, e combina com a estátua do rei.

A Sarça Que Ainda Está Ardendo

Como temos aprendido, a nação de Israel é uma chave importante para abrir nosso entendimento sobre profecia bíblica. E como acabamos de aprender, Israel é o “grande sinal”. É importante que entendamos por que. É porque Deus escolheu trabalhar através da nação de Israel para Se revelar ao mundo.

Os profetas do Velho Testamento estavam, acima de tudo, preocupados com os propósitos de Deus para Israel e as nações vizinhas. De fato, o Apóstolo Paulo nos conta que a existência da igreja gentílica nem sequer foi revelada aos profetas do Velho Testamento. (Efésios 3:4-5).

Vemos que a nação física de Israel é a testemunha dinâmica de Deus no mundo, para a realidade de Sua existência. Isto é o que Deus quis dizer quando ele falou à nação de Israel através do profeta Isaías:

‘Vós sois as minhas testemunhas’, diz o Senhor, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador.’ (Isaías 43:10-11). 

O papel de Israel para os propósitos de Deus na história está simbolizado na sarça ardente. Naquele tempo, todo o Israel estava em servidão sob o governo do Faraó do Egito, de coração duro. Quando chegou o tempo para Deus libertar Seu povo da escravidão, Deus apareceu a Moisés em uma sarça que ardia em fogo, mas não se consumia. 

Alguma vez você quis saber por que Deus apareceu desta forma? A sarça representava os filhos de Israel e o fogo representava a ira de Deus. Em outras palavras, embora Israel pudesse experimentar a ira de Deus, Israel nunca seria completamente consumido (Isaías 4:4, 5:25, 6:13, Zacarias 13:8-9). 

Quando Moisés perguntou a Deus o Seu nome, Deus respondeu, “Eu Sou quem Sou”, este nome deriva do verbo hebraico “ser”. Ao usar este nome, Deus estava enfatizando Sua existência eterna. 

Vemos que não somente Deus estava planejando revelar Seu nome e natureza através dos filhos de Israel, Ele também iria fazer de sua existência perpétua, uma prova de Sua Própria existência perpétua. É por isto que – no último livro do Velho Testamento – Deus reafirmou Seu compromisso para preservar Seu povo escolhido, ao prometer através do profeta Malaquias, “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Malaquias 3:6)

A Profecia Continua Atual

Mas como nação, Israel deixou de existir. Em 70 D.C., o imperador romano Tito destruiu completamente Jerusalém, a cidade favorita de Deus, e o povo judeu foi espalhado entre as nações gentílicas. Isto também foi predito na profecia bíblica. Centenas de anos antes, Daniel escreveu:

E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. (Daniel 9-26). 

É interessante notar que no momento em que Daniel escreveu estas palavras, o templo em Jerusalém já tinha sido destruído pelos exércitos do rei Nabucodonosor. Isso significa que o templo teria que ser reconstruído primeiro, e novamente destruído. E foi exatamente isto o que aconteceu.  

É ainda mais interessante a parte sobre o Messias primeiramente sendo cortado, mas não para si mesmo. O único a quem isto poderia se referir era Jesus. Ele é a única personalidade na história que se qualificaria como o Messias que Daniel disse que seria “cortado, mas não para si mesmo”. Menos de quarenta anos antes da destruição de Jerusalém em 70 D.C., Jesus foi crucificado.  

Jesus também predisse corretamente sobre a destruição que estava para se abater sobre Jerusalém. Mas quando a destruição chegou em 70 D.C., nem tudo que Jesus disse que aconteceria, aconteceu. Por exemplo, Jesus disse:

Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias. (Mateus 24:15-22). 

As legiões romanas destruíram a pequena nação de Israel em 70 D.C.. Embora fosse tão ruim quanto possível, isto não foi a grande tribulação sobre a qual Jesus falou – “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.” 

E Jesus certamente não estava falando sobre aquele conflito regional feito com armas primitivas, quando Ele disse, “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.”.

Para os estudantes de profecia bíblica, as implicações estavam claras. Embora Israel tivesse deixado de existir como nação em 70 D.C., algum dia Israel renasceria. E não somente isto, o templo também seria reconstruído. Assim, o anticristo e a grande Tribulação virão exatamente como foi predito por Daniel e por Jesus.  

Um destes estudantes fiéis de profecia foi um homem de nome Clarence Larkin. Seu livro, 
“Dispensational Truth” (1918), estabeleceu as bases para muitos dos estudantes de profecia bíblica que o seguiram. O que me deixa fascinado sobre Clarence Larkin é como a sua fé absoluta nas escrituras, anteviu a restauração de Israel muitos anos antes que isto acontecesse. Como uma criança, ele via as figuras na profecia e cria nelas. E você sabe da maior? Ele estava certo. 

Um Milagre de Primeira Grandeza

A nação de Israel renasceu em 14 de maio de 1948. Foi um milagre de primeira grandeza – um enorme “grande sinal.” Nunca antes uma nação deixou de existir por tanto tempo e depois voltou a ser uma nação novamente. E foi isto que o povo judeu foi capaz de realizar depois de quase dois mil anos de exílio.

Isto foi o que as profecias disseram que aconteceria. Por exemplo, o profeta Ezequiel disse:

“Veio sobre mim a mão do Senhor, e ele me fez sair no Espírito do Senhor, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos. E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos. E me disse: Filho do homem, porventura viverão estes ossos? E eu disse: Senhor Deus, tu o sabes. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.” (Ezequiel 37:1-5). 

Estes ossos secos representavam “toda a casa de Israel” (Ezequiel 37:11). E a pergunta “estes ossos podem viver,” foi feita por estudantes da profecia bíblica por centenas de anos seguintes à destruição de Israel em 70 D.C.. A Bíblia claramente ensinava que algum dia, Israel renasceria como nação. Ainda que o cumprimento deste evento profético parecesse tão provável quanto um vale de ossos secos retornando à vida.  

Então Ezequiel obedeceu a Deus e profetizou sobre os ossos. E quando ele o fez, viu os ossos voltando à vida. Ele disse “E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo”. (Ezequiel 37:10).  

Então em 1948, o impossível aconteceu. Conforme Ezequiel profetizou, os ossos secos voltaram a viver. Até mesmo muitos descrentes entenderam as implicações proféticas deste evento. Uma das tais pessoas foi o ex-primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Em um discurso feito em Washington para a comunidade judaica americana, Netanyahu disse, “como vocês todos sabem, não sou um homem religioso. Mas não temos que ser religiosos para vermos que o estado judeu é fruto do cumprimento da profecia.”. 

Então, Netanyahu continuou a listar todos os eventos aparentemente impossíveis que ocorreram conjuntamente para dar à luz essa nação.  

Lembro-me de um dia quando era um garotinho brincando no quintal da frente da casa de meus avós. Minha avó chamou-me à porta e me disse algo que eu nunca esqueceria. Ela disse, “o Senhor não virá durante minha vida, mas virá durante a sua.”. 

Depois ela entrou, fechou a porta e deixou-me sozinho com meus pensamentos. Isto aconteceu nos anos 50. Durante esta época, eu me lembro que ela sempre sentava em sua cadeira e lia sua Bíblia. Quando me chamou à porta, ela deveria estar lendo as profecias e pensando sobre as implicações do recém renascido Estado de Israel. 

Em minha imaginação, posso vê-la me observando a brincar em seu quintal. Repentinamente, o peso da Palavra de Deus em seu coração se tornou muito grande para que ela o mantivesse para si mesma. Ela precisava falar para alguém. Como sei que foi assim que aconteceu? Porque muitas vezes tenho sentido exatamente o mesmo. 

É muito possível que a predição de minha avó – de que eu estaria vivo quando Cristo voltasse – se torne realidade. Isto é porque ela tinha grande apoio bíblico para sua visão. Jesus disse que quando a nação de Israel renascesse e certos sinais começassem a ocorrer, aquela geração da raça judaica viveria para presenciar o fim dos tempos. Ele colocou desta forma:

“Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” (Mateus 24:32-34). 

A figueira é Israel. Deus frequentemente se referia a Israel desta maneira. Falando através de Oséias, Deus disse, “Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira no seu princípio; (Oséias 9:10a)”. Deus diz em outro lugar, “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Como a estes bons figos, assim também conhecerei aos de Judá, levados em cativeiro; os quais enviei deste lugar para a terra dos caldeus, para o seu bem.” (Jeremias 24:5). 

A comparação de Jesus sobre Israel como uma figueira, pode explicar uma passagem confusa no Novo Testamento – quando Jesus amaldiçoou a figueira. Certa vez, quando Jesus ficou com fome, Ele foi até uma figueira para comer alguns de seus frutos. Porém a árvore não tinha frutos. Então Jesus disse, “Nunca mais nasça fruto de ti!”. 

Mais tarde Jesus e Seus discípulos passaram pela árvore novamente, e Pedro percebeu que a figueira estava seca até suas raízes. Quando Pedro perguntou sobre isto, Jesus respondeu dizendo “Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” (Marcos 11:23). 

Como aquela figueira, devemos ter folhas – podemos parecer bem religiosos. Mas se não tivermos nossa fé enraizada em Jesus, não teremos poder para produzir nenhum fruto para Deus. De fato, é isto que acontece a Israel quanto eles rejeitam a Jesus como Seu Messias. 

Então, quando Jesus nos pede para “aprendermos com a parábola da figueira,” Ele nos está dizendo para não cometermos o mesmo erro que o Israel descrente. E quando ele disse, “não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam” Ele estava se referindo à geração que vê o renascimento de Israel e o começo dos sinais – a nossa geração.  

Assim, quando Israel renasceu naquele dia de 1948, nosso mundo testemunhou o primeiro sinal dos eventos do fim dos tempos no livro de Apocalipse. O primeiro sinal foi o repentino reaparecimento da nação de Israel no palco mundial. 

E sabemos que quando o primeiro “grande sinal” da mulher aparece, outro sinal logo ocorre em seguida. E o segundo sinal – que eu creio que começou com a Declaração Schuman em 1950 – é o aparecimento do grande dragão de sete cabeças. 

Sinal 3: A  B … B … B … Besta! (Apocalipse 13:1-2)

Agora temos a parte sinistra. A besta do Apocalipse faz sua grande entrada. João escreveu: 

“E pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio.” (Apocalipse 13:1-2). 

Uma vez mais - para identificar esta besta – precisamos usar aquelas chaves.  Aprendemos na chave 6, para olharmos as coisas sob o ponto de vista de Deus. E do ponto de vista de Deus, a besta é um rei perverso e seu reino. 

Mas que rei e reino poderiam ser? É aqui onde podemos usar como modelo, aquela imagem da estátua que o rei Nabucodonosor viu. Lembre-se que a estátua representava os quatro grandes impérios gentílicos que se levantariam sobre Israel até que o Messias viesse. O quarto reino era Roma. Isto somente poderia significar que a besta que João viu se levantando do mar em Apocalipse é algum tipo de ressurgimento do Império Romano. 

Porém o sonho da estátua foi do ponto de vista de um rei pagão. Se nos lembrarmos, também temos outra imagem deste império gentílico, do ponto de vista de Deus, dado a Daniel. Vamos ver se a besta que Daniel viu representando Roma, se encaixa na descrição da besta que João viu em apocalipse. Daniel escreveu: 

Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e    espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.” (Daniel 7:7). 

Bingo! A besta que Daniel viu tinha 10 chifres. Então esta besta de 10 chifres que João viu subindo do mar, deve ser algum tipo de reprise do velho Império Romano.

E não somente a besta tinha 10 chifres, como também tinha sete cabeças.  E uma destas cabeças tinha uma ferida mortal. João disse, “E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta.” (Apocalipse 13:3). 

Tem havido muita especulação sobre o significado desta cabeça ferida. Uma interpretação popular atualmente é que o anticristo será morto e voltará a viver. As pessoas que possuem essa visão crêem que este retorno à vida seria uma tentativa de Satanás de imitar a morte e ressurreição de Cristo.  

Então, o anticristo ressuscitará? Se você assistiu ao filme 'O Código Ômega' é provavelmente o que está esperando acontecer. O filme apresenta uma história fictícia baseada em algumas das interpretações populares atuais da profecia bíblica. O filme foi bem feito, e o apreciei muito. A cena mais marcante é quando o anticristo, retratado pelo grande ator Michael York, ressuscita depois de receber um tiro fatal na cabeça. 

Mas esta seria uma interpretação precisa da profecia? Tenho muitos problemas com esta idéia. Por um lado, esta interpretação é inteiramente baseada em especulação. Mas o mais importante é que se trata de uma especulação desnecessária. 

Uma de nossas chaves para as profecias no Apocalipse é para entendermos o que vem primeiro. No livro de Gênesis, o grande dragão vermelho é descrito como uma pequena serpente que tenta com sucesso nossos primeiros ancestrais humanos, para se juntarem a ela em sua rebelião contra Deus. Devido a este ato do mal, Deus diz à serpente: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferireis o calcanhar.” (Gênesis 3:15). 

Aqui encontramos o começo do conflito entre o bem e o mal que está destinado a cruzar toda a extensão das riquezas e história do desenvolvimento humano. Em Gênesis, vemos Deus começando o processo para libertar Seu povo dos efeitos de sua queda em pecado e do poder da serpente. O Salvador seria a semente prometida da mulher, que algum dia iria esmagar a cabeça da serpente.  

Certamente que nós cristãos sabemos que este Salvador já veio e deu, naquela antiga serpente, Seu golpe fatal. Isto ocorreu quando Jesus morreu na cruz. Referindo-se a Sua vindoura morte e ressurreição, Jesus disse, “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.” (João 12:31-32). 

Vemos que, quando Cristo foi crucificado, Satanás e seu Império Romano – a sexta cabeça do grande dragão vermelho - receberam sua ferida fatal na cabeça. É por isto que Jesus disse após sua ressurreição, “É-me dado todo o poder no céu e na terra.” (Mateus 28:18). 

Mas algum dia, talvez antes do que imaginemos, o Império Romano, com o próprio Satanás governando na forma do anticristo, voltará (Apocalipse 13:1-3). E de acordo com o que João disse, a terra inteira se maravilhará. 

10 Chifres de um Dilema

Agora precisamos saber o que representam os 10 chifres nesta besta do Apocalipse. Mas isto não é nenhum problema. A Bíblia nos fornece a resposta em Apocalipse. Estes 10 chifres são 10 reis que governarão com o anticristo (Apocalipse 17:12). 

Novamente, isto é consistente com a visão de Daniel sobre a besta que representa Roma. Daniel descreve esta quarta besta dizendo: 

“Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.” (Daniel 7:8). 

Como sabemos, a besta na profecia bíblica não somente representa um reino, mas também representa algum grande rei. No caso desta terrível besta do Apocalipse, este rei será o próprio anticristo. Ou seja, o Império Romano algum dia retornará na forma de 10 reis, e o anticristo assumirá o poder entre eles.  

Muitos excelentes estudiosos da Bíblia compartilham este entendimento da profecia. Um dentre eles é John Walvoord. Em seu livro, “As Nações na Profecia”, Walvoord diz: 

Uma crise na área mediterrânea levará à formação do reaparecimento do Império Romano composto por uma confederação de dez nações. Isto é ocasionado pelo surgimento de um ‘príncipe que há de vir’ romano (Daniel 9:26) que domina três dos reis e assegura a submissão dos sete restantes. Sua conquista vitoriosa destes dez reinos, delineada em Daniel 7:23-26, torna supremo o governante romano em seu controle do antigo Império Romano ressurgido. (3) 

Sinal 4: O Assistente do Anticristo (Apocalipse 13:11-14)

Como se a primeira besta surgida do mar não fosse má notícia o suficiente, João nos conta que outra besta surge. Mas esta vem da terra. João escreve: 

“E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens.” (Apocalipse 13:11-13). 

Esta besta de dois chifres é normalmente relacionada ao “Falso Profeta” (Apocalipse 19:20). Esta criatura sinistra fará descer fogo do céu e fará as pessoas adorarem ao anticristo, mas existe mais sobre isto.  

Lembre-se que, estas bestas da profecia bíblica não são somente reis. São também reinos que têm algum tipo de relação com Israel. E quando lemos um pouco mais adiante, descobrimos que esta besta tem mais do que autoridade espiritual. João escreve sobre a segunda besta: 

“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome”. (Apocalipse 13:16-17).

Aqui temos um homem que tem imenso poder religioso e econômico. De fato, creio que isto poderia ser o significado destes dois chifres. “Chifres” na profecia bíblica indicam poder. O poder deste homem será religioso e econômico. 

Isto sugere que esta pessoa possuirá o controle sobre algum tipo de organização global onde  poderá exercer estes dois poderes. Onde nós olharíamos para encontrar tal organização hoje em dia? Creio que esta organização poderia bem ser a ONU. Mais adiante neste livro, falarei mais sobre o motivo porque creio que a ONU poderá ser a organização destinada a cair sob o controle do Falso Profeta. 

Se eu estiver certo, e a primeira besta (o anticristo e seu reino) estiver se levantando agora do mar, então não demorará até que a segunda besta (o Falso Profeta e seu reino) também apareça.  

Sinal 5 : A Outra Mulher

Lembra-se da outra mulher de quem eu mencionei agora há pouco? Bem, chegou a hora de lhe apresentar outra mulher – a mulher vestida de escarlate da profecia. João escreveu:  

“E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;  Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição. E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição; E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, ‘A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS PROSTITUIÇOES E ABOMINAÇÕES DA TERRA.’ E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.”  (Apocalipse 17:1-6). 

Não sei o que você pensa, mas este é um daqueles momentos quando realmente posso identificar-me com o Apóstolo João. Cada vez que leio esta descrição da mulher montada na besta, também “maravilho-me grandemente”. 

A próxima coisa que o anjo disse a João foi: “Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres.” 

Ainda não está claro. O que o anjo disse para nos ajudar a entender o significado da mulher montada na besta parece ainda difícil de entender. Porém somente até agora. 

Concordo com a visão comumente aceita desta passagem. A mulher montada na besta representa a falsa religião. Como nós aprendemos, estas imagens da profecia bíblica são do ponto de vista de Deus. Então esta falsa religião é uma que – do ponto de vista de Deus – deu origem a todas as falsas religiões. É por isso que ela é chamada de “A MÃE DAS PROSTITUIÇÕES.”

Como as outras imagens na profecia, esta imagem tem uma natureza dinâmica. É por esta razão que ela é chamada de, “BABILÔNIA, A GRANDE”. Isto identifica as falsas religiões com o antigo Império Babilônico. Tim Lahaye disse, “nos tempos antigos, Satanás parece ter feito de Babilônia a capital da operação do engano. Deste QG saiu a falsa religião”.  (Apocalipse Illustrated and Made Plain p. 224). 

Mas Alexander Hislop, autor do grande clássico cristão “The Two Babylons”, traçou a falsa religião na antiga Babilônia até os construtores da Torre de Babel.4 De acordo com a Bíblia, a Torre de Babel é o local onde as pessoas que tinham se rebelado contra Deus, se juntaram para construírem uma cidade. Estas pessoas disseram, “Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.” (Gênesis 11:4). 

Hislop crê que a religião que começou na Torre de Babel foi verdadeiramente o culto a Satanás nas formas do fogo, do sol e da serpente. (5) Entretanto, o culto a Satanás não era praticado abertamente por causa dos muitos que ainda criam no verdadeiro Deus de Noé. Assim, a religião misteriosa começou em Babel onde Satanás poderia ser adorado em segredo. 

Aqueles construtores de Babel tinham um líder de nome Ninrode. A Bíblia nos conta que Ninrode “se tornou poderoso na terra”. De fato, a cidade de Babel foi somente o começo do grande império de Ninrode. Ele continuou a construir e unificar sete outras grandes cidades (Gênesis 10:8-12). 

Existem bases fora da Bíblia para a existência deste grande líder. De acordo com antiga tradição, Ninrode tinha uma esposa chamada Semiramis. Embora Ninrode não reconhecesse nenhum deus além de si mesmo, Semiramis era religiosa. E ela foi responsável pela criação da religião idólatra misteriosa que começou em Babel.  

Assim, em Babel, encontramos os primeiros construtores rebeldes de um sistema ateu e os primeiros promotores desta religião idólatra misteriosa. Esta duas forças trabalharam juntas para cegar e escravizar as pessoas fracas e espiritualmente ignorantes nos dias de Ninrode. 

Claro que sabemos o resto da história. Deus interrompeu os planos destes construtores dando-lhes diferentes línguas. Infelizmente, conforme o povo se espalhou, eles carregaram sua religião misteriosa com eles por toda a terra.  

Então a mulher que João viu montada na besta representa esta religião satanicamente inspirada, que tem se espalhado ao redor do mundo, atualmente existindo sob muitas formas. 

Uma Besta que Somente a Mãe Poderia Amar 

Isto nos leva de volta à besta que João viu, esta misteriosa mulher montada. O anjo disse: 

“A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá.” (Apocalipse 17:18).

O que poderia significar esta besta? Talvez a mais simples explicação seja que a besta que “era” se refere a Satanás quando ele apareceu a Eva na forma de uma serpente no Jardim do Éden.  

Nesse caso, então a besta que “não é” se refere de fato de que Satanás, na época de João, não ocupava nenhum corpo terreno. E a besta que “há de subir do abismo” significa que algum dia Satanás ocupará outro corpo terreno. Mas nesta próxima vez será o corpo de um rei humano. Se você seguir esta interpretação, poderá ver porque alguns cristãos crêem que o próprio Satanás algum dia irá pessoalmente possuir o anticristo. 

Embora eu não concorde com esta interpretação, Apocalipse 16:13 indica que eles são seres separados. Nesta passagem encontramos o dragão (representado Satanás) e a besta (representando o anticristo) ainda sendo separadamente referidos.

 Outro problema com a interpretação de que Satanás pessoalmente possui o anticristo é que o “abismo” – o lugar de onde a besta sai - é outro nome para “abismo profundo”. E Satanás não habita no abismo profundo. É onde os demônios habitam. Eles são espíritos que não tem seus próprios corpos. 

De acordo com Clarence Larkin, o abismo é “a casa-prisão dos demônios (Apocalipse 9:1-21), e onde Satanás será acorrentado por 1000 anos (Apocalipse 20:1-3,7-8).” Larkin diz, é o lugar onde os demônios pediram para que Cristo não os mandasse” (Lucas 8:31) então Larkin resumiu dizendo: 

‘O “abismo profundo” ou “abismo” então é um compartimento mais abaixo que o inferno e este é o lugar onde os ‘demônios’ e espíritos inferiores ficam temporariamente confinados até que sejam finalmente confinados no ‘Lago de Fogo’ onde passarão a eternidade com seu mestre.

Assim se não é Satanás, então quem – ou o que – é esta besta que o anjo disse que “sai do abismo e parte para a destruição?”

De acordo com Larkin, “o ‘rei’ do abismo profundo’ é chamado em hebraico de ‘Abaddon’ mas em grego seu nome é ‘Apoliom’, que quando traduzido significa ‘Destruição’”. 

Aqui podemos ter algumas pistas importantes para identificar esta besta. Sabemos com certeza que esta besta que sai do abismo se refere ao anticristo. Também aprendemos que o nome do rei do abismo – o lugar de onde a besta sai – significa “Destruição.” E também sabemos que Paulo chamou o anticristo de “filho da destruição” (2 Tessalonicenses 2:3). 

É por isto que creio que a besta do abismo se refere a algum espírito demoníaco que é especificamente usado por Satanás para possuir certos reis terrenos. E quanto esta possessão ocorre, é como se Satanás fosse o próprio rei. 

Quando Satanás apareceu a Eva no Jardim do Éden, foi em uma época de inocência. Foi antes que Adão e Eva comessem da fruta – antes que a queda da humanidade ocorresse. Naquele tempo, os demônios não tinham o direito de ocupar um corpo humano. Por esta razão Satanás teve que aparecer no corpo de uma serpente. Depois da queda, entretanto corpos humanos se tornaram disponíveis.  

Agora quando as pessoas adoram Satanás ao invés de adorarem a Deus, sabendo ou não, Satanás e seus demônios podem obter o direito de ocupar seus corpos. Este é o verdadeiro propósito dele para a falsa religião. 

Então vamos colocar tudo isto junto. Esta mulher que João viu montada na besta, representa a religião satanicamente inspirada espalhada pelo mundo. Esta falsa religião aprecia trabalhar com governos ateus. A besta representa a última meta de Satanás para trazer seu demônio anticristo do abismo, para possuir algum rei terreno poderoso. Quando isto ocorre, o rei se torna Satanás encarnado. E estas duas forças juntas são chamadas pelo Apóstolo Paulo de “o mistério da injustiça” (2 Tessalonicenses 2:7)

Se você chegar a uma interpretação diferente destes versículos, tudo bem. Estas passagens são difíceis de entender e não penso por um minuto que descobri todas as respostas.  

Aquelas Cabeças são Montanhas e Reis

O anjo continuou a explicar um pouco mais sobre a besta que a mulher da falsa religião montava. Ele disse: 

“Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.” (Apocalipse 17:9-11).

Algumas versões da Bíblia usam a palavra “montes” no lugar de “montanhas”, que é empregada na versão padrão americana.  E desde que é sabido que a cidade de Roma se assenta sobre sete montes, alguns estudantes de profecia identificam a mulher montada na besta com o Vaticano e a Igreja Católica. 

E isto faz com que alguns acreditem que os sete reis desta passagem se refiram a sete imperadores romanos. O problema com esta interpretação é que estes sete imperadores são difíceis de serem identificados. E se nos lembrarmos de nossas chaves, temos que ver os sinais de estrada na história, e não eventos ou imperadores inidentificáveis. 

É minha opinião, que este é outro exemplo de uma profecia dupla. No tempo em que foi escrita, estava claramente entendido que esta profecia se referia à cidade de Roma. De fato, nos dias de João, circulavam moedas romanas com os sete montes de Roma em sua face. E, como se sabe, João e os cristãos primitivos passaram por muita perseguição pela mulher montada na besta – por causa da falsa religião e do governo romano.

Mas não ocorre necessariamente que o cumprimento do fim dos tempos também se referirá literalmente à cidade de Roma. Permita-me mostrar-lhe por que. 

Por um lado, não vejo o anticristo fazendo de Roma – uma de suas próprias cidades capital – um terreno baldio em uma hora com fogo, tal como é predito que o anticristo fará com esta prostituta no fim da tribulação (Apocalipse 17:16-18). 

Por outro lato, muitos tradutores da Bíblia crêem que a palavra correta é “montanhas” e não “montes”. (7) Mas minha razão principal para acreditar que a palavra correta é “montanhas” é porque isto faria a profecia mais consistente que aquelas profecias que vieram antes. 

A declaração do anjo de que as sete cabeças da besta são montanhas e reis pode no princípio parecer confuso. Na verdade é muito útil ao nosso entendimento. Se nos lembrarmos, o futuro reino do Messias foi esboçado no sonho do rei Nabucodonosor como uma grande montanha. (Daniel 2:35). Outros profetas do Velho Testamento também se referiram aos grandes reis e seus reinos que se opuseram a Israel como montanhas (Isaías 2:2, Zacarias 4:7). 

Na época de João, cinco destes grandes reinos que a mulher estabeleceu, vieram e se foram. Eles foram Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia e Grécia. O único que havia na época de João era Roma. 

Agora a atenção do anjo se volta dos reis destes reinos terrenos para a besta que sobe do abismo. O anjo diz, “E a besta que era e já não é, é será também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.”

 
Em outras palavras, quando João escreveu estas palavras, a besta estava de volta no abismo profundo. Mas algum dia, quando o Império Romano for restaurado sob uma confederação de 10 nações, um sétimo rei subirá ao poder.  

E após este sétimo rei subir ao poder, a besta sairá novamente do abismo e possuirá este sétimo rei. Quando este evento ocorrer, a besta do abismo se tornará o oitavo rei, e também um dos sete. 

Novamente, existem outros modos de interpretar estas passagens difíceis da profecia. Mas como considero todas as nossas chaves, este parece ser a melhor.  

Se parece escorregadio, é escorregadio.

Se você se lembrar, eu disse que esta outra mulher da profecia – aquela que representa a falsa religião – irá também dar à luz a uma figura como a do messias ao mundo. Antes que o Messias verdadeiro retorne dos céus, um falso messias será oferecido ao mundo. Ao contrário do Messias que cumpriu as profecias das Escrituras – que nasceu em Israel, morreu e ressuscitou – este falso messias será gerado de uma falsa religião e usará sinais enganosos e maravilhas (2 Tessalonicenses 2:9). 

O Apóstolo Paulo explicou isto da seguinte foram, “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,”(2 Tessalonicenses 2:3). 

A palavra “apostasia” significa abandono da fé. Paulo nos fala que logo antes do retorno do Senhor, muitos abandonarão a verdadeira fé da Bíblia. 

Quando pensamos sobre isto, ficamos impressionados como o Apóstolo Paulo estava confiante no poder da nova fé que ele estava propagando. No tempo em que ele escreveu isto, a fé cristã estava apenas começando a ser pregada. Paulo ainda disse que viria o dia em que a perda da verdadeira fé cristã causaria uma mudança política calamitosa no mundo inteiro. 

Como pode ser que Paulo, há 2.000 anos, tenha tido tal confiança na fé que ele estava pregando? Creio que foi porque ele entendeu as implicações do que Jesus cumpriu na cruz. Paulo entendeu literalmente quando Jesus disse, “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim”. (João 12:31-32).

Paulo entendeu que nossa real batalha aqui na terra não é contra a “carne e sangue”, mas contra “as forças espirituais do mal” (Efésios 6:12). Ele também soube que quando Jesus foi crucificado, o governo de Satanás sobre a humanidade tinha sido finalmente quebrado. Exatamente como predito na profecia bíblica, a semente da mulher veio (Jesus), e esmagou a cabeça da serpente (Gênesis 3:15). 

Vemos que com o cristianismo verdadeiro vem a liberdade verdadeira. E Paulo sabia que aquele cristianismo teria um efeito libertador no mundo gentílico que tinha sido escravizado por Satanás. Como disse antes neste livro, creio que isto é o que Paulo tinha em mente quando ele disse: 

“A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo ... Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”, (Efésios 3:8-10). 

Atualmente, líderes mundiais estão tentando moldar suas nações e organizações internacionais de acordo com a imagem americana – democracia, o governo da lei e liberdade individual. Ironicamente, estes líderes mundiais podem reconhecer o bem que tem se manifestado nas nações que estão repletas de igrejas de fé bíblica, mas não conseguem reconhecer a fé que acompanhou este bem. 

E ainda após 2.000 anos, como podemos conhecer com certeza a fé verdadeira que Jesus começou? Em verdade, esta é uma questão fácil de ser respondida: 

“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.”  (I Coríntios 15:1-4)

Ou seja, a mensagem do evangelho no coração da fé cristã é simples. Se verdadeiramente crermos na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, então somos cristãos. Ainda que o evangelho seja muito simples, é também extremamente poderoso. Paulo disse, “No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.” (Romanos 1:16). 

É por isso que o abandono da fé neste evangelho maravilhoso seja tão estranho. Não existe razão natural para que isto aconteça. A Bíblia nos conta que abandonaríamos este simples evangelho porque seríamos seduzidos por outra mulher da profecia, a falsa religião. Paulo escreveu a Timóteo, “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;” (1Timóteo 4:1). 

Existe uma razão para que o Espírito tenha advertido tão explicitamente sobre essa apostasia. Quando acontecer em larga escala o suficiente, a influência libertadora do cristianismo trazida ao mundo gentílico por Jesus será tirada do caminho de Satanás. Creio que isto foi o que Paulo estava se referindo quando disse, “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;” (2 Tessalonicenses 2:7).

Sinal 6: O Assustador número 666

Existe mais um sinal na profecia que precisamos dar uma olhada. No fim do capítulo 12, onde João descreve a besta de 10 chifres que ele viu subindo do mar, ele nos dá um estranho número. 

João escreveu, “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Apocalipse 13:18).

Por 2.000 anos, os cristãos têm desejado saber o significado deste número. Isto tem levantado todo o tipo de especulação. Como os alfabetos hebraico e grego usam letras como números, tem havido muitas tentativas de combinar certos nomes com este número. 

O mundo oculto tem feio também uso deste misterioso número. Constance Cumbey, uma especialista sobre o movimento da Nova Era, contou-me que algumas pessoas que estão envolvidas com o movimento da Nova Era crêem que o número 666 lhes traz poder oculto. Elas crêem que quanto mais usarem este número em seus documentos e logotipos, mais poder lhes será dado.  

Enquanto pensava sobre o uso oculto deste número 666, percebi que Satanás tem feito um grande esforço para esconder o verdadeiro significado deste sinal profético. Deus não colocou nada na Bíblia que não tenha um bom propósito para o Seu povo. Sob o ponto de vista de Deus não há nada místico sobre o número 666. É somente um sinal profético para o qual Deus quer que seu povo fique atento. João tem mais a dizer sobre este número. Ele escreveu:  

“E (o Falso Profeta) faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres 
 e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para 
 que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome 
 da besta, ou o número do seu nome”. (Apocalipse 13:16-17).

Neste seu livro, “Dispensational Truth”, Clarence Larkin observou: 

O número ‘666’ é o número de homem, ’ e termina perto do perfeito número sete. O homem foi criado no sexto dia. Golias, o opositor do povo de Deus, um tipo de Satanás, tinha 6 cúbitos de altura, sua armadura tinha 6 peças, e sua lança pesava 600 shekels. A imagem de Nabucodonosor, um tipo de ‘Imagem da Besta’ tinha 60 cúbitos de altura, 6 cúbitos de largura, e 6 instrumentos musicais chamavam os devotos. (8) 

Alguns estudantes da Bíblia têm especulado que esta “marca” será algum tipo de chip de computador com aquele número implantado sob a pele das pessoas. Sem este chip implantado, ninguém será capaz de comprar ou vender. Com o e-commerce crescendo hoje em dia exponencialmente, não é difícil crer que isto pode ser brevemente possível – se já não for.  

Mas tudo isto é especulação. Como eu já disse, creio que Satanás tem tido um grande esforço para omitir do mundo, o real significado deste número achado na profecia bíblica. Ainda que isto também possa ser dito sobre todos os outros sinais proféticos na Bíblia. Satanás simplesmente não quer que entendamos nenhum deles.

Temos aprendido que essas profecias bíblicas têm principalmente que haver com fatos históricos reais sobre Israel. Creio que com o número 666 não seja diferente. Ele simplesmente irá identificar um homem muito mal, nos últimos dias, que cometerá violência terrível contra Israel e o povo de Deus. Ao fazê-lo, este homem trará grande destruição de Deus sobre si mesmo e sobre toda a terra. 

E acredite se quiser, atualmente na Europa existe um homem que pode ter a chave para grande poder político e militar, e esta chave é identificada com o número 666. Fique ligado.   
 
 

Notas do Capítulo 4 
1. H. L. Willmington, Willmington’s Guide to the Bible (Wheaton: Tyndale House Publishers, Inc., 1981) 565. 
2. J. Dwight Pentecost, Things to Come, 285-90. 
3. João F. Walvoord, The Nations in Prophecy, 103. 
4. Alexander Hislop, The Two Babylons, 2nd E.U.A. ed. (Neptune, New Jersey: Loizeaux Brothers, 1959) 5, 24. 
5. Ibid., 227. 
6. Clarence Larkin, The Spirit World (Glenside, Pennsylvania: 1921) 50. 
7. Alfred Marshall, trans., The Interlinear Greek-English New Testament (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1975), 761.;  Joseph H. Thayer, trans., Thayer’s Greek-English Lexicon of the New Testament, 4th ed. (Grand Rapids: Baker Book House, 1977) 454.  
8. Clarence Larkin, Dispensational Truth (Philadelphia: Rev. Clarence Larkin Estate, 1920)124-5. 

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