Recomendação 666
Capítulo 10:
A Conquista de Solana

Somente a divina interpretação da história e a revelação divina do futuro profético das nações podem nos dar uma clara luz nestes dias tumultuados. (1) 

John F. Walvoord, 1967

 Assim que tive a certeza de que tinha encontrado a aliança que logo se tornaria os 10 reis da profecia, ouvi algumas notícias que sugeriam o contrário. Ouvi um relatório de que a União Européia Ocidental estava sendo desmantelada. O escritor da Associated Press, Jeffrey Ulbrich disse: 

A União Européia Ocidental – a aliança quase morta que foi brevemente ressuscitada como uma força militar da União Européia – começou hoje os preparativos para sua provável extinção, com os ministros da defesa e do exterior organizando a transferência de suas funções para a União Européia. (2) 

Seria isto o fim da aliança do Tratado das 10 Potências de Bruxelas? Se fosse, profeticamente falando, eu estive batendo na tecla errada. Elas não se tornariam afinal de contas os 10 reis da profecia. 

Eu soube que os líderes europeus queriam que a União Européia assumisse por algum tempo, a direção das missões de manutenção de paz da União Européia Ocidental. E estive seguindo as discussões e soube que a forma futura do novo exército da Europa estava sem solução. 

O maior dos problemas com que estes líderes europeus pareciam estar lidando, era com seus planos de ampliação. A União Européia de 15 nações estava se preparando para ser ampliada para 25 nações, ou mais. A questão era como um tão grande número de nações poderia participar democraticamente no processo de tomada de decisões de uma aliança militar, sem sacrificar sua eficiência.

Somente precisamos nos lembrar de como foi difícil manterem todas as 19 nações da OTAN juntas, durante a campanha de bombardeio contra a Sérvia. Cada nação tinha seu próprio conjunto de alvos que queria atingir e outros que não queria. Isto levou a um monte de confusões desnecessárias nos QG’s aliados, e pôde ter mesmo contribuído para o bombardeio acidental da Embaixada Chinesa.

Por outro lado, a idéia de não dar a cada estado membro, uma voz democrática no exército da União Européia, foi também inaceitável. Os estados membros não poderiam ser solicitados a enviarem seus filhos e filhas por caminhos perigosos sem representação. Então algum tipo de corpo parlamentar teria que decidir sobre a providência deste elemento democrático.

A União Européia Ocidental já trabalhara nestes problemas ao organizar uma assembléia, composta de 28 nações – somente 10 com plenos direitos a voto. Agora que a União Européia estava planejando assumir as operações da União Européia Ocidental, o sistema que tinha sido tão eficiente teria que ser recriado dentro da União Européia. 

O parlamento europeu queria ser o corpo provedor de supervisão democrática. Mas até que o processo de ampliação estivesse completo, o Parlamento Europeu seria somente composto de 15 nações. Se a Força de Reação Rápida estivesse pronta para 2003, estaria em dia e operando muito antes que as outras 12 nações candidatas pudessem ter alguma opinião no Parlamento. 

A outra possibilidade para a supervisão do novo exército europeu era a Assembléia da União Européia Ocidental. Este corpo parlamentar era visto como a melhor escolha, porque estava já formado de 28 nações. A Assembléia da União Européia Ocidental também tinha anos de experiência efetiva em dar a muitas nações, uma voz nas decisões relacionadas a assuntos militares. 

Ainda que somente conduzisse a asa militar da União Européia para a Assembléia da União Européia Ocidental de 28 nações, violaria a primazia dos 15 estados membros da União Européia. Afinal de contas, supunha-se que esta asa militar era o exército da União Européia. 

Mas lidar com a carência de democracia não era o único problema que a União Européia teria, antes que assumisse as funções da União Européia Ocidental. O artigo cinco do Tratado de Bruxelas modificado, ainda atava as 10 nações em um acordo de defesa mútua, que não poderia ser posto de lado ou dado a outra organização. (3) Ou seja, sob os tratados existentes, os líderes da União Européia não poderiam abolir a União Européia Ocidental, não importa o quanto eles quisessem.

Além do mais, eu suspeitava: se aquelas 10 Potências do Tratado de Bruxelas que controlavam a União Européia Ocidental estavam, de fato, para se tornar os 10 reis da profecia, então elas não estariam desistindo de seu relacionamento umas com as outras tão facilmente. Embora pudesse  haver rumores para dissolver o tratado, isto não aconteceria. 

Sim, as coisas na Europa estavam ficando complicadas. Quando eu tropecei no Tratado de Maastrich (1993), descobri que ele não falava sobre a eliminação da União Européia Ocidental. Ao contrário, especificava que a União Européia Ocidental seria a “força armada” que seria usada pela União Européia. (4) 

Mas os líderes da União Européia queriam mais do que somente sua própria máquina militar. Eles também queriam alguém para dirigi-la. Então no Tratado de Amsterdã (1999), as nações da União Européia pediram pela criação de um novo posto de Alto Representante para Política Externa de Segurança Comum (PESC). Este é um posto ocupado atualmente por Javier Solana. Eles também decidiram transferir todas as tomadas de decisões militares da União Européia Ocidental para o Conselho da União Européia e seu novo Alto Representante. 

O conselho tem sua sede em Bruxelas no edifício Justus Lipsius. O edifício contém o escritório do Secretário Geral do Conselho e Alto Representante, postos atualmente ocupados por Javier Solana. Ele também abriga a agência de Serviço Jurídico e 10 agências, mais conhecidas como Diretorias. 

Então, em dezembro de 1999, o Conselho Europeu de Helsinki subtraiu ainda mais da organização da União Européia Ocidental. Ele convocava novos corpos político e militar para serem estabelecidos dentro da sede do Conselho da Europa em Bruxelas, para duplicar aquelas que existiam na União Européia Ocidental.

Em outras palavras, os corpos político e militar dentro da aliança da União Européia Ocidental de 10 nações estavam para ser eliminados e duplicados dentro do Conselho da Europa.

Não era de se admirar, as pessoas estavam pensando que a União Européia Ocidental estava sendo abolida. Mas na realidade, não estava. Como disse antes, a eliminação da União Européia Ocidental causaria problemas no tratado que demorariam para serem resolvidos pelos líderes da União Européia. Aquelas 10 nações ainda tinham sua responsabilidade umas com as outras sob o Artigo 5 do Tratado de Bruxelas modificado.

Quando considerei as tarefas enormes perante os líderes da União Européia - criar um processo efetivo de tomada de decisões, eliminar o déficit demográfico, preservar a primazia dos 15 estados membros, e manter a obrigação das 10 Potências do Tratado de Bruxelas – eu não via como poderiam fazer isto. Ainda que estas questões tivessem todas que ser resolvidas antes que sua Força de Reação Rápida estivesse pronta em 2003. Para mim, a missão parecia impossível.

Evidentemente, que os líderes da União Européia estavam também preocupados. Foi assim que decidiram lidar com seu dilema. Eles clamaram para serem instalados corpos político e militar temporários, até que todos aqueles graves problemas pudessem ser resolvidos. Neste meio tempo, queriam que estes corpos interinos estivessem operacionais em março de 2.000. Os novos corpos temporários deviam dar assistência ao Conselho, fazendo recomendações e levando adiante as operações diárias de sua nova asa militar, até que corpos permanentes estivessem instalados. 

Em outras palavras, por um tempo, Solana iria dirigir a nova asa militar da União Européia do seu escritório em Bruxelas sem qualquer supervisão parlamentar. E esta ausência perigosa de democracia existiria até que os chefes de estado da União Européia soubessem o que fazer com ela.

Assim, Solana foi logo trabalhar para estabelecer estes novos corpos político e militar interinos dentro do seu QG do Conselho da Europa. E com certeza suficiente, o Comitê Político e de Segurança teve seu primeiro encontro em 1º de março de 2.000. Foi constituído de embaixadores e oficiais seniors de estados membros. Na semana seguinte, o corpo militar teve sua primeira reunião. Foi constituído de representantes militares de estados membros. Então em 8 de março, Solana indicou o Brigadeiro Graham Messervy-Whiting como chefe destes especialistas militares. Uma vez mais, Solana estava fazendo bem o seu trabalho. 

Agora o destino da União Européia Ocidental parecia incerto. Seu chefe (o elemento tomador de decisões) tinha sido severo com seu corpo (a União Européia Ocidental) e um novo chefe (o Comitê de Política e Segurança) estava sendo criado para isso, no Conselho da Europa. De agora em diante, as missões concluídas pela União Européia Ocidental – a assim chamada “Missão Petersberg” (geradora e mantenedora da paz) se tornaria responsabilidade de Solana e do Conselho da Europa. 

Ainda, como disse antes, o Tratado de Amsterdã não pediu por completa eliminação da União Européia Ocidental. O tratado, entretanto, permitiu a possível integração da União Européia Ocidental e da União Européia. Mas uma vez que a União Européia Ocidental tivesse sido integrada, sua existência continuaria dentro da União Européia. 

O escritor da Associated Press, Jeffrey Ulbrich, disse que a União Européia Ocidental tinha iniciado preparativos para sua extinção. Sem duvida que isto foi o que Bruxelas dissera oficialmente. Mas as autoridades de Bruxelas têm um hábito de fazer aquilo que dizem não estar fazendo. Elas dizem que não estão criando um exército europeu, mas estão. Elas dizem que não estão enfraquecendo a aliança da OTAN, mas estão. Elas dizem que não estão criando um novo  centro de poder como o posto de Alto Representante, mas estão. 

Apesar de tudo que elas dizem, eu sabia de algo com certeza. Se as 10 Potências do Tratado de Bruxelas se tornassem os 10 reis da profecia bíblica, então de alguma forma ficariam juntas. Não somente que, mas se elas fossem ser aqueles reis, então o relacionamento entre elas e o posto de Alto Representante continuaria a crescer mais íntimo e forte. E foi exatamente isto que aconteceu. 

O Diabo está nos Detalhes.

Ele (o anticristo) poderia muito bem ser algum indivíduo que é conhecido como um líder internacional, alguém de quem não se suspeita de sua natureza e caráter verdadeiros; alguém para o qual todo o mundo olhará como um libertador, e nunca sonhariam que este deu o controle de si mesmo a Satanás que se tornará o ‘pequeno chifre’, ‘o rei da aparência violenta’ ou, ‘o príncipe que virá’, ‘ a abominação da desolação’ ou ‘o iníquo’ ou ‘a besta’. 

J. Dwight Pentecost, 1961

Em 1º de julho de 2.000, a França assumiu a presidência rotativa de seis meses da União Européia e do Conselho da União Européia. Se nos lembrarmos, o Conselho é o principal corpo tomador de decisões na União Européia. Agora uma das 10 Potências do Tratado de Bruxelas ocupa a presidência da União Européia. Imediatamente sob a presidência da França, o Conselho anunciou sua decisão de tornar a Assembléia da União Européia Ocidental uma Assembléia temporária para a nova asa militar da Europa. A Assembléia da União Européia Ocidental foi renomeada como “Assembléia Européia de Defesa e Segurança Interina”. Assim, as 10 Potências do Tratado de Bruxelas estavam ainda juntas – e elas estavam com a responsabilidade da gestão do novo exército europeu. (6)

Eu estava esperando que isto acontecesse. Nunca acreditei que o Parlamento Europeu de 15 nações iria assumir o trabalho de gestão do novo exército da Europa. A assembléia da União Européia Ocidental de 28 nações era, de longe, a melhor escolha se os líderes da União Européia quisessem dar a cada nação uma voz no processo militar tomador de decisões. 

E com o passar do tempo, isto tranca firmemente as 10 Potências do Tratado de Bruxelas no posto, desde que somente elas tinham direitos plenos de voto nesta Assembléia. As 10 nações que tenho observado tinham acabado de conseguir seu monopólio garantido na nova asa militar da Europa. 

Então algo mais aconteceu que assustou uma porção de gente, foi chamada de “Decisão Solana.” Mas antes que lhe conte sobre a Decisão Solana, devo explicar algo. É porque as políticas na União Européia podem ser muito confusas. 

A União Européia é realmente constituída através de cinco instituições. Através de uma série de tratados, as 15 nações que formam a União Européia delegam parte de suas responsabilidades governamentais a estas instituições. Três destas instituições são consideradas mais poderosas. Estas três são referidas como o “triângulo institucional” – o Parlamento Europeu, o Conselho da União Européia, e a Comissão Européia. Somente uma destas instituições é composta por governantes democraticamente eleitos – o Parlamento Europeu. As outras 2 são compostas por governantes indicados. 

O Conselho da União Européia é o principal corpo tomador de decisões dentro da União Européia. Isto interessa a muitos cidadãos da Europa porque, como eu disse, o Conselho é composto por governantes não eleitos. Muitos cidadãos acreditam que isto cria uma perigosa  deficiência de democracia na União Européia, desde que a única representação que eles têm está no Parlamento Europeu. 

Agora que eu expliquei um pouco sobre estas três instituições da União Européia, posso contar-lhes sobre a Decisão Solana. Em 26 de julho de 2.000, logo depois da decisão da presidência da França em usar a Assembléia da União Européia Ocidental para seu exército, Solana convocou uma reunião do COREPER (Comitê de Representantes Permanentes dos 15 estados membros). Estrategicamente ele convocou esta reunião, enquanto o Parlamento Europeu estava em recesso. Se não bastasse isto, ele também não informou os parlamentos nacionais dos 15 estados membros ou qualquer organização civil sobre esta reunião. (7) 

Na reunião, Solana propôs uma resolução restringindo o acesso público a todos os documentos relativos às questões militares. Foi rapidamente votado e aprovado. Ou seja, de agora em diante, qualquer ação de Solana e do Conselho de Europa relativo à nova asa militar seria ocultado atrás de portas fechadas. 

Não somente o público foi afetado por esta decisão, mas também deixou o Parlamento Europeu – o único elemento democrático no triângulo institucional da União Européia – completamente no escuro. E ainda mais grave, a Decisão Solana reverteu um acordo feito no Tratado de Amsterdã garantindo o direito do público a estes mesmos documentos. Sem esta garantia, fica duvidoso se os parlamentos dos 15 estados membros teriam ratificado o Tratado de Amsterdã em primeiro lugar.

Esta repressão ao acesso público à informação tornou-se conhecida como a infame “Decisão  Solana”. Alguns jornalistas foram mais adiante para chamá-la “golpe de estado” de Solana. (8) 

Desnecessário dizer que as ações da presidência da França e a Decisão Solana irritaram e alarmaram o Parlamento Europeu. Eles sentiram que – sem seu direito de acesso aos documentos militares – não poderiam fornecer a supervisão democrática que tinham como responsabilidade diante de seus cidadãos. E eles não confiaram na Assembléia da União Européia Ocidental para realizar o trabalho, já que somente as 10 Potências do Tratado de Bruxelas tinham plenos direitos a voto. 

Uma ausência perigosa de democracia estava sendo institucionalizada dentro da nova política externa e de segurança da União Européia. A asa militar da União Européia estava caindo completamente nas mãos não eleitas do conselho da Europa. E as 10 Potências do Tratado de Bruxelas estavam mantendo exclusivamente seu monopólio militar. E isto perdura até hoje. Eu comecei a suspeitar de que algo grande fosse continuar na União Européia logo abaixo da superfície. As 10 Potências do Tratado de Bruxelas tinham a maioria na União Européia de 15 nações. Eu percebi que, se estas 10 nações trabalhassem juntas no conselho da Europa, poderiam fazer qualquer coisa que quisessem.

Evidentemente eu não era o único que suspeitava que algo questionável estava acontecendo. De fato, estes eventos começaram uma guerra na União Européia – uma guerra de comunicados à imprensa. Por um tempo eu não pude acompanhar todos os comunicados contrários de diferentes instituições. 

O Parlamento Europeu deu o primeiro tiro. Eles contestaram as ações da Presidência da França e a Decisão Solana. Em relatórios redigidos submetidos em 6 de outubro de 2.000, o Parlamento pediu  para que o Tratado de Bruxelas modificado fosse condenado e para que a União Européia Ocidental e sua Assembléia fossem abolidas. Em outras palavras, eles queriam dissolver a aliança das 10 Potências do Tratado de Bruxelas. 

Isto foi algo que as Potências do Tratado de Bruxelas obviamente não queriam que acontecesse. A Assembléia da União Européia Ocidental rapidamente respondeu dizendo:

O Parlamento Europeu tem consciência de que a defesa coletiva não pode se tornar uma missão para a União Européia a meio termo e que os países membros da União Européia Ocidental não podem, por conseguinte condenar o Tratado de Bruxelas modificado no futuro previsível. Na verdade, nossos governos não têm intenção de fazê-lo. (9)

Então a Holanda disparou. Para surpresa dos outros estados membros da União Européia, a Holanda abriu um processo na Corte Européia de Justiça contra a Decisão Solana. Suécia e Finlândia apoiaram. Curiosamente, estas nações foram as únicas da União Européia que votaram contra Solana na Reunião do Conselho no dia que sua decisão foi adotada. (10) 

Sem dizer que os euro-céticos – organizações de liberdades civis e outros grupos preocupados com o fluxo livre de informação na União Européia – ficaram completamente perplexos.

Então em 13 de novembro de 2.000, com o fim da presidência da França em vista, as Potências do Tratado de Bruxelas lançaram sua bomba nuclear – a Declaração de Marselha. Esta decisão uma vez mais reafirmou as relações das 10 nações sob o Tratado de Bruxelas modificado e clamaram por manter a União Européia Ocidental para seu exato propósito. 

Mas a razão pela qual eu chamei a decisão de Marselha de bomba nuclear foi porque eliminou tudo, menos as Potências do Tratado de Bruxelas do novo processo de tomada de decisões. Ou seja, agora o déficit democrático na nova asa militar estaria completo. (11) 

Embora estas 18 outras nações nunca tivessem os mesmos direitos plenos a voto que as 10, elas têm um papel importante na Assembléia da União Européia Ocidental. Agora que todas as decisões de gestão de crises seriam de responsabilidade do conselho da Europa, elas não mais teriam uma voz. Isto ocorreu quando a nova asa militar da União Européia caiu sob o controle único de Solana e das 10 Potências do Tratado de Bruxelas. Desde então não tem havido supervisão democrática no novo exército da União Européia.

A razão que o Conselho de Ministros deu para excluir estas 18 nações do processo de tomada de decisões foi por causa dos planos de ampliação da União Européia. De acordo com eles, uma vez que estas nações estivessem integradas na União Européia elas novamente “teriam seu lugar à mesa”. Enquanto isso, as 10 Potências do Tratado de Bruxelas e o Conselho da Europa teriam o completo controle sobre o exército da União Européia. 

Não posso evitar em pensar sobre como estas 18 nações na Assembléia da União Européia Ocidental tinham falado recentemente em defesa das 10 Potências do Tratado de Bruxelas enquanto o Parlamento Europeu pedia sua extinção. Esta foi a sua recompensa. Agora tinham sido excluídas do processo de tomada de decisões pelas 10 nações que tinham defendido. 

Mas ninguém parece entender. No dia seguinte, em 14 de novembro, uma notícia da Associated Press reportou, “a União Européia Ocidental saiu do negócio sem um gemido na segunda-feira, depois de 52 anos de tentativas nas linhas laterais da história”. Ainda em 5 de dezembro, Solana fez um discurso à mesma Assembléia da União Européia Ocidental que supostamente saiu do negócio. Ele disse: 

Aguardando o momento quando a União Européia assuma a responsabilidade direta para gestão de crises, ministros em Marselha decidiram sobre as funções e estruturas que permaneceriam com a União Européia Ocidental. Claramente o Tratado de Bruxelas modificado e o compromisso de defesa mútua, contido em seu artigo V são as razões para mantermos a União Européia Ocidental. A reafirmação em Marselha, pelos estados membros daquele compromisso é o reconhecimento de que resta um importante fortalecimento para seus outros compromissos europeus e atlânticos. 12 

Em outras palavras, a decisão final sobre a forma da asa militar da União Européia tem sido feita sob a presidência da França. A União Européia Ocidental continuaria, mas em uma disposição muito menor e controlável. Ela seria despida de tudo aquilo que não fosse necessário para Solana e para as 10 Potências do Tratado de Bruxelas, para manter o controle do clube militar exclusivo da Europa. 

Analisei todos estes eventos nos últimos seis meses de 2.000, e recordei-me do mandato que os líderes da União Européia deram a Solana. Seu trabalho era criar uma capacidade de gestão de crises civis e militares para a União Européia por volta de 2003. Mas deram-lhe somente até o final de 2.000 para planejar todos os detalhes. Isto explicou porque aconteceu tanta coisa durante os últimos seis meses do ano 2.000. Com a ajuda da presidência francesa, Solana esteve planejando aqueles detalhes.

Que a presidência francesa desempenharia tal papel pivotante em finalizar os detalhes sobre a asa militar da União Européia, deveria ter chegado sem surpresas. A França tinha defendido a criação do Super Estado Europeu desde o começo. E para se tornar um super estado, é necessário um exército. De fato muitos europeus situam o começo da União Européia com a “Declaração de Schuman” – uma proposta feita pelo Ministro do Exterior francês Robert Schuman. Em 9 de maio de 1950, ele sugeriu o estabelecimento da Comunidade Européia do aço e carvão. Schuman propôs este movimento como o primeiro passo na criação da federação européia. Atualmente os europeus reconhecem 9 de maio como o Dia da Europa – o dia em que a União Européia teve seu começo.

Então onde estavam os E.U.A. durante aqueles eventos que aconteceram na União Européia durante a segunda metade de 2.000? Todos os olhos estavam grudados na Flórida. O resultado da eleição loucamente flutuante entre Al Gore e George W. Bush estavam mantendo o público americano na ponta de suas cadeiras. Foi a eleição presidencial mais acirrada na história moderna. As redes de informações americanas estavam entretidas com serpentina, bailes incontáveis, e opções legais disponíveis aos candidatos. 

Ninguém na mídia americana parecia ter percebido o que estava acontecendo na Europa. Mesmo se tivessem percebido, seria duvidoso que tivessem entendido. Eles teriam simplesmente perdido os eventos políticos que ocorriam na Europa, como se fossem eventos em uma ilha remota. 

Mesmo para alguém como eu que estava observando, aquele temporal de eventos na União Européia era difícil de entender. Discursos duplos e contradições fluíam de Bruxelas como o leite e mel bíblicos. O relato que fiz neste livro tem sido através da reunião de muitos pedaços perdidos de informação. 

Ainda que em tempos confusos como estes, a profecia bíblica pode vir em nossa ajuda. O apóstolo Pedro chama a profecia de “uma lâmpada brilhando em um lugar escuro” (II Pedro 1:19). Não nos fornece todos os detalhes, mas nos conta onde estes eventos na Europa estão finalmente chegando. Eles estavam levando a um acordo de sete anos entre o Império Romano e Israel – um acordo destinado a ser quebrado. 

Assim, eu tinha meu próprio entendimento sobre o que estava acontecendo na União Européia. E minha idéia era muito diferente daquilo que os governantes em Bruxelas estavam dizendo. Eu me recordei, pensando comigo mesmo, “a União Européia não está absorvendo a União Européia Ocidental; Solana e as 10 Potências do Tratado de Bruxelas estão absorvendo a União Européia.” 

Agenda de Solana

Quando este governante mundial chegar ao poder na federação das nações européias, olhará para a Palestina e verá que a disputa Árabe-Israelense ameaça a paz mundial. (13) 

J. Dwight Pentecost, 1961

Ele posará como um grande humanitário, o amigo do homem, o amigo especial da raça judaica, que será persuadida por ele de que ele veio para liderar na Era Dourada predita pelas profecias, e o receberão como seu Messias. (14) 

Clarence Larkin, 1920

Minha suspeita de que o palco estava sendo montado para o aparecimento do anticristo estava se tornando opressiva. Decidi prestar mais atenção ao que Solana falava. Em 14 de novembro de 2.000, Solana resumiu suas realizações como alto Representante em um discurso feito na Associação Alemã de Assuntos Estrangeiros em Berlim. (15) Após algumas palavras de introdução, Solana começou seu discurso dizendo: 

O ano passado foi um tempo de inovação principal na área da Política Externa e de Segurança Comum. Cada Conselho Europeu tem provado ser uma nova marca d’água na extensão da área de instrumentos disponíveis sob a Política Externa e de Segurança Comum e movendo-se em direção a uma Política Externa mais efetiva, mais coerente e mais visível. 

Após lembrar seus ouvintes de que os problemas mundiais não esperariam que a União Européia colocasse sua política externa em ordem, ele fez à sua audiência três perguntas: “estamos dispostos a entregar? Somos capazes de entregar? Nós entregamos no curso do último ano?” Então ele respondeu suas próprias perguntas. A resposta mais interessante, porém foi provavelmente a primeira. Em relação à disposição de entregar, ele disse: 

Existe agora um compromisso para apresentar uma vontade política simples ao resto do mundo, um compromisso para combinar o poder econômico da Europa com influência política. Esta é a enorme mudança, que temos testemunhado na Europa ao longo do último ano. A criação do posto de Alto Representante por si mesma foi uma indicação desta nova disposição dos estados membros da União para fazerem a PESC funcionar. 

As palavras de Solana eram assombrosamente familiares para mim. Aqui ele se referiu a “vontade política simples” e fazendo funcionar a Política Externa de Segurança Comum da União Européia. De acordo com a Bíblia, este é o relacionamento que o anticristo tem com seus 10 reis. Se nos lembrarmos, em referência ao anticristo, o anjo contou a João:

Porque Deus tem posto em seus corações, (dos 10 reis) que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, (PESC) e que dêem à besta o seu reino, (Alto Representante para a PESC) até que se cumpram as palavras de Deus. (Apocalipse 17:17). [as palavras acrescentadas pelo autor estão entre parênteses] 

Também ao responder a primeira pergunta, “estamos dispostos a entregar?” Solana disse, “A PESC para a Europa fazer a diferença em políticas internacionais. Refere-se à União Européia sendo capaz de projetar seus valores e interesses – o cerne de sua identidade política – efetivamente para além de suas fronteiras.” 

Quando digo as palavras “cerne de sua identidade política,” pergunto-me se havia um significado mais profundo que muitos poderiam não entender. Solana poderia estar aludindo a uma agenda política secreta de certas nações principais da União Européia? 

Em seu discurso, Solana também disse que a União Européia precisava focar sua nova política externa onde seja mais necessitada. A primeira área em que era necessitada era em respeito aos vizinhos da União Européia – as nações ao redor. Ele disse que era porque o processo de ampliação era muito importante. No momento de seu discurso, 12 novas nações pediram para serem membros da União Européia. 

Ainda que ele não estivesse somente pensando sobre a atual rodada de candidatos. Solana continuou a incluir outros candidatos ao acrescentar: “Dentro da mesma pasta, os países dos Balcãs e a costa mediterrânea setentrional merecem nossa maior atenção.” 

Ou seja, ele queria algum dia, admitir Israel na União Européia. Sim, parece não haver nenhuma possibilidade no momento. A política externa do Mediterrâneo de Solana poderia colocá-lo e aos chefes de estado europeus com os quais ele tem trabalhado junto, bem no meio da profecia bíblica do fim dos tempos. Se Solana obter êxito com estes planos, a União Européia será na verdade um real reavivamento do Império Romano. 

No momento deste discurso, o Oriente Médio tinha se tornado instável. Em setembro de 2.000, a violência tinha estourado em Israel quando Ariel Sharon visitou o Monte do Templo em Jerusalém. Os distúrbios que começaram naquele dia no Monte do Templo em Jerusalém espalharam-se por todo o Israel e logo o processo de paz patrocinado pelos E.U.A. entrou completamente em colapso. Agora o líder palestino Yasser Arafat estava apelando para a União Européia para vir e protegê-los do exército israelense, e Solana estava morrendo de vontade de se envolver. 

Então, em seu discurso, Solana começou a falar sobre o Oriente Médio. Disse: 

Algumas semanas atrás, os ministros do exterior da União Européia me pediram que viajasse     para a região, reunisse todos os partidos interessados e tentasse oferecer apoio, para encontrar um fim para a violência. As rodadas de conversações que mantive na reunião pavimentaram o caminho para a participação da União Européia na cúpula Sharm-el-Sheikh, que nos permitiu pela primeira vez, nos envolvermos ativamente na busca para uma solução para esta crise... Eu fui nomeado pelo presidente Clinton e pelo Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan para me tornar um membro da Comissão investigadora estabelecida em Sharm-el-Sheikh. Eu continuarei a trabalhar para apoiar a busca por paz no Oriente Médio; a União Européia se manterá totalmente engajada. 

Impressionante. Agora Solana tinha assegurado um lugar para si mesmo na Comissão investigadora que tinha sido estabelecida para encontrar um modo de por um fim à violência no Oriente Médio. Aqui ele estava apenas começando seu trabalho como o Sr. Europa e já estava se posicionando par ser o único a levar a paz para Israel. Estas são todas as coisas que foram preditas que o anticristo faria. 

Quando terminei de ler o discurso de Solana, estava convencido de que os eventos recentes no Mediterrâneo e na Europa eram sinais de estrada proféticos, indicando que as profecias do fim dos tempos estavam para ser cumpridas. Uma vez mais, ninguém parecia ter notado. 
 
 

Notas do Capítulo 10
1. João F. Walvoord, The Nations in Prophecy, preface. 
2. Jeffrey Ulbrich, “Euro Union Set for Its Own Demise,” The Associated 
Press, Oporto, Portugal, Monday, May 15 2.000; 3:48 a.m. EDT. 
3. European Union (1954, October 23) “ Protocol Modifying and Completing the Brussels Treaty,” Europa, Internet: http://www.europa.eu.int. 
4. European Union (1991) “Maastricht Treaty,” Europa, Internet:  http://www.europa.eu.int. 
5. J. Dwight Pentecost, Prophecy For Today, 91. 
6. Western European Union (2.000, June 8) “France aims to preserve WEU-ESDA role as ‘forum,’” [press release] WEU Assembly, Internet: http://www.weu.int. 
7. Deirdre Curtin, “Authoritarian Temptation Seduces EU Decision-makers,” Statewatch News Online, Internet: http://www.statewatch.org. 
8. Ibid. 
9. Western European Union (2.000, October 26) “WEU Assembly rejects European Parliaments call to denounce the modified Brussels Treaty” [press release] WEU Assembly, Internet: http://www.weu.int. 
10. See note 7 above. 
11. Western European Union (2.000, December 5) “WEU-ESDA Assembly calls on WEU Ministers” [press release] WEU Assembly, Internet: http://www.weu.int. 
12.  Javier Solana (2.000, December 5) “Address by the WEU Secretary General to the WEU Assembly —  (Paris)” [speech] Europa, Internet: http://www.europa.eu.int. 
13. J. Dwight Pentecost, Prophecy For Today, 84. 
14. Clarence Larkin, Dispensational Truth, 122. 
15. Javier Solana (2.000, November 14) “Where does the EU stand on Common Foreign and Security Policy – Forschungsinstitut der Deutschen Gesellschaft fuer Auswaertinge  Politik – Berlin” [speech] Europe, Internet: 
http://www.europa.eu.int. 

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