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Capítulo 2: 
Oito chaves para abrir as Profecias

Antes de demonstrar porque creio que os eventos que estão ocorrendo parecem ser o cumprimento das profecias do fim dos tempos, terei primeiro que estabelecer uma base. Mesmo que você já seja um estudante de profecia, e tenha entendimento do assunto, por favor, continue a leitura. Às vezes isto ajuda a ver as coisas sob um ângulo diferente. 

Em meu estudo de profecia, tenho descoberto várias chaves que têm me ajudado em minha compreensão. Vou compartilhar algumas delas.  

Chave 1: Estudante, permaneça na simplicidade

Quando estudamos profecia, sempre chegamos ao problema da interpretação. Quem está certo? Afinal de contas, aquelas imagens bíblicas de bestas com muitas cabeças, chifres e outros partes estranhas do corpo são difíceis de entender.  

É fato que a profecia bíblica não é fácil. Sem as ferramentas certas, algumas daquelas imagens podem se tornar um quebra cabeças bem difícil. Felizmente, para cada uma daquelas imagens, Deus nos deu a ferramenta adequada. Às vezes o próprio Deus nos dá a interpretação em uma passagem próxima. Outras vezes Ele quer que usemos as chaves que adquirimos ao longo do caminho. 

Isto nos traz nosso primeiro problema. Tendemos a tornar a profecia bíblica mais complicada do que é. Pense sobre isto. É no livro de Daniel, no Velho Testamento, que encontramos algumas daquelas profecias impressionantes das Escrituras. E ainda, em Daniel também encontramos a história favorita das crianças – Daniel na cova dos leões.  

Minha questão é: Deus quer que olhemos todas aquelas imagens estranhas que Ele nos deu, da mesma forma que uma criança olha as imagens em um flanelógrafo na escola dominical. Creio que uma das razões para Deus ter-nos dado tantas profecias em imagens, foi para que olhássemos essas imagens como se fôssemos crianças e esperássemos um significado simples.  

O livro “O Começo do Fim” de Tim Lahaye citou de David L. Cooper: “A Regra de Ouro da Interpretação” -  “quando o sentido pleno da Escritura faz sentido comum, não procure outro sentido, mas tome cada palavra em seu significado principal literal, a menos que os fatos do contexto imediato claramente indiquem o contrário.” (1) então minha primeira chave para entender a profecia bíblica é “permaneça na simplicidade, estudante.” 

Chave 2: Sempre siga a Estrela Dalva da Profecia

Nossa segunda chave para lembrar é: sempre siga a “Estrela Dalva da profecia” e a Estrela Dalva da profecia bíblica é Jesus. O que significa quando digo que Jesus é nossa Estrela Dalva?

Imagine-se em um mundo escuro. Sua única luz é uma estrela brilhante no céu. Enquanto você caminhar em direção à estrela, saberá que está sendo guiado na direção certa. Este é o modo como Jesus nos ajuda em nossos estudos de profecia. Ele é tanto nosso guia como nosso destino.  

O Apóstolo Pedro disse, “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” (2 Pedro 1:19). 

Esta estrela Dalva da qual Pedro se refere é Jesus. Sabemos disto por causa do último capítulo de Apocalipse. Jesus disse a João “Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” (Apocalipse 22:16). 

O que Jesus quer dizer?  Se nossas interpretações da profecia bíblica nos desviam da fé simples em Jesus, ou desviam do Jesus da Bíblia, estamos às cegas. Em outras palavras, devemos permitir que Jesus nos guie através de nosso estudo de profecia como uma brilhante estrela da manhã. 

Chave 3: Mantenha-se focado em Israel

Temos aqui uma chave importante para abrir as imagens da profecia bíblica – lembre-se de manter o foco em Israel. Na profecia, nosso foco geográfico é sempre Israel. Do ponto de vista de Deus, Jerusalém é o centro do mundo. Ele disse através de Ezequiel, “Esta é Jerusalém; coloquei-a no meio das nações e das terras que estão ao redor dela” (Ezequiel 5:5). 

Deus decidiu trabalhar através da nação de Israel para revelar-se ao mundo. A Bíblia que estudamos, as promessas com que contamos para nossa salvação, e o Messias que cumpriu aquelas promessas e adquiriu nossa salvação, são todos procedentes de Israel. 

John Walvoord, autor de muitos livros sobre profecia bíblica e ex-presidente do Seminário Teológico de Dallas, também acreditou que a nação de Israel é uma chave importante para compreender a profecia. Em seu livro “As Nações na Profecia” Walvoord diz: 

O ponto de vista bíblico, portanto, é muito diferente daquele do mundo em geral, que crê que Israel é um povo insignificante. Do ponto de vista da eleição divina de Deus, Israel ao contrário, é a chave, e através de Israel, Deus cumpre Seu propósito redentor, político ou escatológico. (2) 

Assim a profecia bíblica geralmente se relaciona com grandes realidades históricas referentes a Israel, às nações vizinhas, e ao Messias de Israel. 

Chave 4: As Imagens na Profecia tem uma Natureza Dinâmica

Quando pensamos sobre isto, profecia é somente história. A única diferença é que, na profecia bíblica parte da história ainda não aconteceu.  

Isto nos traz outra chave importante: as imagens na profecia têm uma natureza dinâmica. Isto é, como Deus vê o início e o fim ao mesmo tempo. Por exemplo, encontramos um grande dragão vermelho de sete cabeças mencionado no livro de Apocalipse, o último livro da Bíblia. Este dragão representa o modo como Deus vê Satanás e as coisas que ele controla. Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, Satanás é descrito como uma serpente. Entre o tempo de seu primeiro encontro com a humanidade no Éden, até sua derrota final no retorno de Cristo, Satanás se transformou no grande dragão vermelho com sete cabeças. Então tenha em mente que as imagens na profecia têm uma natureza dinâmica.  

Chave 5: conhecer o velho é a chave para o novo

A Palavra de Deus deve ser tomada como uma só. As profecias no Novo Testamento não podem ser corretamente entendidas fora do Velho Testamento. 

Eu já mencionei o exemplo do grande dragão vermelho que encontramos no livro de Apocalipse. Para entender o significado deste dragão, temos que voltar ao livro de Gênesis, onde o dragão era somente uma pequena serpente.  

Outro exemplo de como o Velho Testamento nos ajuda a interpretar o Novo Testamento vem de nosso entendimento do que é a “Babilônia” no Apocalipse. De acordo com o Apocalipse, Babilônia voltará ao palco mundial somente para ser destruída com fogo, em uma hora.  

Para entender o que a Babilônia do Apocalipse representa, deveremos voltar a ler sobre o local onde a antiga Babilônia teve seu começo – na Torre de Babel em Gênesis 11.  Aqui lemos que as nações foram criadas quando Deus confundiu as línguas dos construtores da Torre de Babel e espalhou-os por toda a terra.  

Então, a Babilônia que encontramos no livro de Apocalipse tem algo a ver com estas nações se unindo novamente. Creio que pode ser as Nações Unidas, e demonstrarei o porquê mais tarde neste livro. 
 

Chave 6: O Sonho de Nabucodonosor é o nosso modelo

Às vezes uma chave importante pode abrir o caminho para muitas outras chaves. O sonho que Deus deu a um rei pagão é uma dessas chaves.  

O rei era Nabucodonosor. Mas ele não era somente um rei. Ele era Nabucodonosor, o Grande, o rei do vasto Império Babilônico.  

O sonho foi dado ao rei quando ele estava pensando sobre o futuro. Ele viu uma estátua enorme com a forma de um homem. Ela tinha a cabeça feita de ouro, o peito de prata, a barriga de bronze, pernas de ferro e pés e dedos de ferro e barro. Enquanto o rei a observava, uma pedra atingiu a estátua em seus pés e a esmiuçou. Então a pedra cresceu até formar um grande monte que encheu toda a terra. (Daniel 2:31-35). 

Este sonho nos fornece muitas chaves importantes para abrir as imagens estranhas da profecia. A razão para isto é que Deus mesmo nos fornece a correta interpretação do sonho do rei. Isto é de grande ajuda quando tentamos interpretar as outras imagens que seguem.  

A estátua representa os quatro maiores reinos gentílicos, começando com Babilônia, que oprimirá uma vez mais os filhos de Israel antes que Cristo volte pela segunda vez, para estabelecer seu reino eterno. Jesus se refere ao período representado pela estátua como os tempos gentílicos (Lucas 21:24) a pedra que destruiu a estátua e cresceu até atingir o tamanho de um monte, representa o Messias e seu vindouro reino para Israel.  

Quando vemos a historia, é impressionante ver o quão preciso foi o sonho do rei. Através da interpretação de Daniel, Deus fala a Nabucodonosor que os diferentes materiais da estátua representam sucessivos reinos. Daniel conta ao rei que ele é a cabeça de ouro – representando o Império Babilônico (Daniel 2:38). Os ombros e peito de prata representam o menos poderoso Império Medo-Persa que sucedeu o Império Babilônico. A barriga de bronze representa o ainda mais inferior Império Grego. E as pernas de ferro representam o Império Romano.  

É comumente entendido que os pés e dedos de ferro e barro se referem a um ressurgimento do velho Império Romano e que os dedos representam a aliança de 10 nações que irá governar. Na parte 2 deste livro, eu mostrarei como isto está acontecendo atualmente, com as nações se unindo na União Européia. 

A importância do sonho do Rei Nabucodonosor então, é que nos dá muitas chaves para abrirmos as imagens que seguem. Deus não somente nos fornece a interpretação correta destas profecias, mas também a historia real pode agora ser usada para ver como Deus as cumpriu. 

Isto é útil porque estas imagens de Daniel aparecem novamente em Apocalipse. Podemos usar esta imagem da estátua como um modelo para nos ajudar a permanecermos no curso correto quando interpretamos aquelas profecias. Por exemplo, desde que saibamos que a estátua representa impérios terrenos reais e sua relação com Israel, então sabemos que o vindouro reino do Messias será também um reino real – a pedra que se transformou em um monte. Assim, se nossa interpretação não nos levasse a uma restauração literal do reino prometido por Deus a Israel, então nós nos enganamos em algum lugar. 

Chave 7: veja as coisas do ponto de vista de Deus

O sonho do rei também nos revela que Deus está relacionado e envolvido com nossas políticas. Aqui vemos Deus afligindo um rei com sonhos que ele não consegue entender. Isto nos mostra que Deus estava relacionado e envolvido com as políticas na Babilônia. Porque as políticas na Babilônia tinham efeito nos planos de Deus para Israel.  

Pela mesma razão, Deus pode se envolver nas políticas de qualquer nação, inclusive nas dos E.U.A.. De fato, creio que nos surpreenderíamos ao saber o quanto Deus tem se envolvido em nossa política. A única razão para não o percebermos, é porque Deus não faz sempre o que esperamos que Ele faça.

Isto nos leva a outra chave importante: ver as coisas do ponto de vista de Deus. Porque Deus vê as coisas diferentemente de nós. Se você recordar, o rei viu em seu sonho uma estátua magnífica de um homem. Enquanto ele observava, uma pedra atingiu a estátua em seus pés, a destruiu e se tornou um enorme monte. Deus estava revelando o futuro de um modo especial que este rei pagão poderia entender. Ele estava mostrando ao rei o que aconteceria ao seu reino e aos reinos que o sucederiam.  

Ainda, como eu disse, Deus vê as coisas de um ângulo diferente do nosso. Mais tarde Deus deu ao profeta Daniel um sonho sobre o mesmo futuro. Mas Deus o revelou ao Seu servo fiel de um modo diferente – do modo como Ele vê as coisas. Ao invés de mostrar para Daniel uma estátua magnífica de um homem para representar os quatro reinos gentílicos, Deus mostrou para Daniel quatro bestas selvagens subindo do mar. 

A primeira besta que Daniel viu era como um leão. Esta besta representava Babilônia a segunda se assemelhava a um urso. Ela representava a Medo-Pérsia. A terceira era como um leopardo e representava a Grécia. A quarta besta não era comparada a nenhum animal. Era diferente de todas as outras bestas – ela tinha dentes de ferro e tinha dez chifres. Esta besta representava Roma.  

Alguns estudantes da Bíblia crêem que estas quatro bestas que Daniel viu saindo do mar representam diferentes reinos, além daqueles vistos por Nabucodonosor em seu sonho. Uma razão para isto é porque mais tarde – quando a quarta e última besta é destruída – Daniel diz sobre as outras bestas que “E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes prolongada a vida até certo espaço de tempo.” (Daniel 7:12). Estes estudantes raciocinam que se estas bestas representam os impérios anteriores de Babilônia, Medo-Pérsia e Grécia, então não seria possível que se lhes fosse dado uma extensão da vida. Afinal de contas, aqueles impérios cessaram de existir já faz muito tempo. 

Mas creio que esta opinião falha, ao não levar em consideração a natureza dinâmica destas imagens da profecia. Nesta passagem onde as bestas recebem uma extensão de vida, representam as pessoas que restaram daqueles reinos gentílicos e que foram autorizadas a entrar no reino terreno de Cristo do final do período da tribulação. (Mateus 25:31-46). 

Existe outra indicação de que as bestas que Daniel viu, representam os mesmos quatro reinos do sonho de Nabucodonosor. Procede da sua descrição da primeira besta. Daniel escreveu, “A primeira era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem.” (Daniel 7:4). 

Para entender a declaração de Daniel, precisamos usar as chaves que já aprendemos. Este leão que Daniel viu subir do mar representa Nabucodonosor sob o ponto de vista de Deus. Como podemos saber? Certa vez, para ensinar a este rei orgulhoso uma lição de humildade, Deus deu a Nabucodonosor a mente de uma besta por sete anos.   

Quando os sete anos terminaram, a Bíblia nos conta que ele levantou os olhos e deu honras a Deus. Após ele ter se humilhado ao compreender a soberania de Deus, sua mente humana retornou. Isto é quando, do ponto de vista de Deus, este rei pagão-besta recebeu a mente de um homem. E este era o significado da besta em forma de leão que Daniel viu subindo do mar. 

Lembre-se, Deus vê as coisas diferentemente de nós. Vemos nossos líderes e governos como coisas de grandiosidade e beleza, mas Deus os considera bestas perigosas e irracionais que precisam ser contidas.  

Chave 8: Siga os sinais da Estrada

Talvez um dos maiores enganos que nós, os estudantes de profecia, fazemos é falhar em reconhecer a diferença entre sinais proféticos e detalhes. Então a minha ultima chave é: siga os sinais da estrada. Embora Deus nos tenha dado muitos detalhes impressionantes do futuro na Bíblia, devemos aprender a reconhecer a diferença entre detalhes e sinais. Quando falhamos em seguir os sinais de estrada proféticos, fica fácil perder-se em detalhes e sair do curso.  

Os sinais de estrada proféticos são eventos que foram preditos nas escrituras e agora estão documentados na história. Mas por muitas vezes, nos focamos em eventos que são questionáveis. Por exemplo, muitos estudantes de profecia crêem que um dos sinais da volta do Senhor é um aumento na freqüência de terremotos. Por esta razão, eles estão sempre atraindo nossa atenção à última estatística. 

Creio que eles podem estar certos. Ainda que um aumento na freqüência de terremotos seja discutível porque nem todos os especialistas concordam que eles têm aumentado. Então eu classificaria os terremotos recentes como sinais de estrada proféticos.   

Ainda, o renascimento da nação de Israel em 1948 foi um sinal de estrada profético. Ele foi predito pelos profetas e agora está documentado na história.  

Não significa que todos que vêem um sinal profético apreciarão seu significado profético. Isto simplesmente significa que todos concordarão que o evento aconteceu. E por seguir cuidadosamente os sinais de estrada proféticos, ficamos mais aptos a permanecer na direção certa.

Considero a Declaração Schuman outro grande sinal profético na história. Em 9 de maio de 1950, o ministro do exterior da França Robert Schuman apresentou sua proposta que levou à criação da Comunidade Européia de Carvão e Aço – considerada pelos europeus como o primeiro passo na reunificação da Europa. Esta data tornou-se um símbolo da União Européia - como o quatro de julho é para os E.U.A. – e é conhecido como o Dia da Europa. 

Embora nem todos possam reconhecer ou concordar com as implicações proféticas, quase todos se dão conta de que a Declaração de Schuman marcou o início da reunificação das nações européias e que estamos testemunhando no presente. O aparecimento do EURO em Janeiro de 1999, a ampliação da União Européia para 25 nações em maio de 2004 e a nova Constituição da União Européia aceita em Roma pelos líderes da União Européia em junho de 2004 convenceram o mais cético de que agora as nações da Europa estão reunificadas. 

Este retorno do Império Romano foi predito pelos profetas, e existe um dia reconhecido na história quando começou – o Dia da Europa.  

Pense sobre isto. Como uma profecia pode ser boa se o evento que a cumpriu não está estabelecido na história? Isto não serviria ao propósito de Deus para a profecia bíblica. Cuidado com aqueles que dizem que certas profecias bíblicas têm se cumprido sem serem capazes de demonstrar como prova, eventos históricos fidedignos.  

Então, lembre-se, aprenda a reconhecer e seguir os sinais de estrada proféticos antes de tentar preencher os detalhes. 
 
 

Notas do Capítulo 2 
1.Tim Lahaye, dedication, O Começo do Fim. 
2. John F. Walvoord, As Nações Na Profecia (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1967) 52. 

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