Recomendação 666
Capítulo 8:
Apresentado o Sr. Europa

Chegará o tempo quando as nações da Europa dirão a um homem, ‘Tome a autoridade sobre nós.’ (1) 

J. Dwight Pentecost, 1961

Como eu disse anteriormente, se aquelas 10 nações européias conhecidas como as Potências do Tratado de Bruxelas estão para se tornar os 10 reinos da profecia bíblica, então reconheci um homem que logo se levantaria em um posto de poder junto com elas. Assim comecei a observar a criação de um posto dentro da União Européia que poderia acomodar tal pessoa. Isto aconteceu com a assinatura do Tratado de Amsterdã em 1997. 

A Europa precisava de uma voz para falar às muitas nações que constituem a União Européia. Elas também precisavam de alguém para apoiar o Conselho da União Européia nas matérias relacionadas à sua Política Externa de Segurança Comum (PESC). As nações da União Européia tinham grandes ambições nesta área. O que elas precisavam era alguém que o mundo pudesse chamar de “Sr. Europa”. (2) Assim, em Amsterdã, os 15 chefes de estado da União Européia se encontraram e decidiram criar o novo posto de Alto Representante para a Política Externa de Segurança Comum.

Embora o Tratado de Amsterdã fosse assinado em 1997, não se tornou efetivo até maio de 1999. Então, somente cinco meses mais tarde, em 15 de outubro de 1999, um homem notável se tornou o primeiro a ocupar este posto. Ele é um espanhol de 56 anos de idade de nome Javier Solana Madariaga. Ele era um membro do Partido Socialista Espanhol e tinha sido previamente o chefe da OTAN. 

A posição de Solana como Alto Representante também fez dele o Secretário Geral do Conselho da União Européia. O Conselho é uma das três instituições governamentais principais que constituem a União Européia. As outras duas instituições são o Parlamento e a Comissão Européia. Embora se pense que a Comissão seja o centro de poder na União Européia, muitos especialistas em negócios europeus crêem que é o Conselho da União Européia quem segura realmente as rédeas do poder. (3)  

A razão para isto é que o Secretariado Geral do Conselho da Europa provê continuidade para as políticas que estiverem sendo executadas pelos presidentes rotativos da União Européia. Os 15 chefes de estado revezam-se a cada seis meses. Ou seja, os presidentes da União Européia estão somente ali por seis meses a cada vez. Isto dificilmente lhes dá tempo para que façam muita coisa. 

É para isto que o Secretariado do Conselho está lá, para ajudá-los. Com ele, com os presidentes da União Européia indo e vindo, o trabalho no Conselho pode continuar ininterrupto. O Secretário Geral do Conselho – o posto para o qual Solava foi indicado para um mandato de cinco anos – administra o Secretariado do Conselho. Assim quando se somam os postos de Alto Representante com o posto de Secretário do Conselho, Solana se torna o homem mais poderoso da União Européia.  

Eu não fui o único a pensar que Solana tinha recebido tremendos poderes. Em um documento oficial para a União Européia Ocidental, Antonio Missiroli disse que as posições somadas de Solana poderiam ameaçar a própria presidência da União Européia. Sua advertência estava no Estudo de Chaillot nº 38 do Instituto para Estudos de Segurança da União Européia Ocidental. Missiroli disse:

Finalmente, com a indicação de Javier Solana como Secretário Geral do Conselho da União Européia e Alto Representante (SG/AR) para a PESC é esperada a fomentação de coordenação e consistência… entretanto, [a indicação de Solana], pode também criar um dualismo com a presidência da União e, mais geralmente, tensões dentro da nova “troika” (trio) da União Européia: de fato, o elemento democrático representado pela presidência rotativa pode ser facilmente compensado pelo SG/AR... e aqui, previsivelmente, o balanço de poder e influência mudarão de acordo com o tamanho, peso político e atitude específica do país ocupando a presidência – inclusive se pertencer ou não ao denominado acima “cerne” [as 10 Potências do Tratado de Bruxelas]. (4)

Aqui, encontramos novamente as 10 Potências do Tratado de Bruxelas. Missiroli referiu-se a estas nações em seu estudo como o “cerne”. A implicação de seus comentários é que estas nações chamadas de “cerne” têm mais peso na União Européia do que as outras. Foi assim que comecei a perceber como as políticas na União Européia eram instáveis quando comparadas às dos E.U.A.. Missiroli parecia estar dizendo que, agora que Solana estava em cena, ninguém sabia o que aconteceria em breve na União Européia. 

Então em 25 de novembro de 1999, quando os E.U.A. estavam para comemorar o Dia de Ação de Graças, algo grande aconteceu – algo que eu não estava esperando. A posição de Solana, já bastante alta, ficou ainda mais poderosa. Agora Solana tinha posto o 3º chapéu e se tornou o Secretário Geral da Aliança Militar da União Européia Ocidental. Em outras palavras, Solana tinha agora sido colocado em uma posição de influência sobre aquelas 10 Potências do Tratado de Bruxelas, o “cerne”. Agora ele era o chefe do clube militar exclusivo da Europa. 

Fiquei chocado pelas notícias. As implicações proféticas deste evento eram muitas. Eu sabia que as Potências do Tratado de Bruxelas iriam se tornar os 10 reis da profecia, e então um homem com influência na União Européia seria levado ao poder entre elas. E isto tinha acabado de acontecer.

De fato, foi este evento que me levou a escrever a coluna sobre Solana, que Constance Cumbey leu quando decidiu me telefonar. Desnecessário dizer, estas três posições – Alto Representante, Secretário Geral do Conselho da Europa e agora Secretário Geral da União Européia Ocidental – fez de Solana um jogador extremamente poderoso na União Européia. Isto fez dele – ou alguém que vai ocupar este posto no futuro – um bom candidato a anticristo. 

Solana não era somente o chefe da agência mais poderosa na União Européia (o Conselho da União Européia), mas também aquele em que se confiou a criação e a direção da Política  Externa de Segurança Comum da Europa. E agora ele também estava bem ajustado com aquelas 10 nações principais. 

Separados, estes eventos foram significantes. Juntos, eles foram assombrosos. Ficou impossível ignorar o que estava acontecendo na Europa como indicações de que as profecias bíblicas estavam para ser cumpridas. Ou seja, eu estava ficando convencido de que “sinais dos tempos” estavam novamente acontecendo no mundo. E uma vez mais eles passaram despercebidos. 

Javier Quem?

Ao referir-se ao anticristo, o Guia Willmington sobre a Bíblia declara: 

Ele será um gênio intelectual (Daniel 8:23). Ele será um gênio em oratória (Daniel 11:36). Ele será um gênio político (Apocalipse 17:11-12). Ele será um gênio comercial (Apocalipse 13:16, Daniel 11:43). Ele será um gênio militar (Apocalipse 6:2, 13:2). Ele será um gênio religioso (Apocalipse 13:8).5 

Assim, Javier Solana poderia realmente ser o primeiro a ocupar o posto que algum dia o anticristo assumiria? Esta idéia era muito bizarra para ser verossímil. Ainda que eu visse o Sr. Europa entrar em cena e, que agora eu tivesse descoberto alguém, eu não saberia o que fazer com ele. Eu decidi aprender tudo sobre este primeiro Sr. Europa - Javier Solana. 

Como Solana já foi chefe da OTAN, creio que ele deve ter feito um bom trabalho. Se não tivesse feito, não teriam lhe dado uma posição chave no desenvolvimento da nova política externa da União Européia. Eu estava certo. 

Javier Solana se tornou o Secretário Geral da Aliança da OTAN em 1995. Um escândalo terrível na organização tinha deixado os líderes ocidentais tateando no escuro para achar um novo chefe para a OTAN que todos aprovassem, não importava quem fosse esta pessoa. Teria um emprego importante. Ele teria que reestruturar a OTAN para encarar as realidades do pós-guerra fria. 

Houve também um problema imediato nos Balcãs para resolver. Os E.U.A. não queriam levar tropas terrestres à região, e a OTAN estava preparando ataques aéreos. O emprego que estava aguardando o novo chefe da OTAN não seria fácil. 

O Secretário de Estado norte Americano Warren Christopher aprendeu a apreciar as habilidades diplomáticas de Javier Solana quando foi Ministro das Relações Exteriores da Espanha. Christopher recomendou Solana ao Presidente Clinton, e Clinton aceitou o conselho de Christopher. (6) 

Embora a maioria dos líderes ocidentais gostasse da idéia, a indicação de Solana veio com bastante surpresa. A razão para a surpresa foi que, quando jovem, Solana participou de demonstrações anti-OTAN na Espanha. De fato, o ativismo político de esquerda tinha sido tão extremo que ele foi expulso da Universidade Complutense de Madri em 1963. (7)

Ironicamente, foi para este radical desde 1960 – uma pessoa que se descreveu certa vez como um Marxista pragmático – que os líderes ocidentais deram a função de reestruturar a OTAN para a nova era do pós-guerra fria. 

Sob a supervisão de Solana, o número de QG’s da OTAN foi reduzido de 65 para 20. Os QG’s restantes foram divididos em dois Comandos Estratégicos – um para o Atlântico e outro para a Europa. Era como se a OTAN tivesse sito dividida bem ao meio. (8) 

A reestruturação de Solana fez sala para a expansão da OTAN, uma parte importante dos planos dos líderes ocidentais para a era do pós-guerra fria. Esses líderes sentiram que a OTAN tinha feito um bom trabalho na Europa que os benefícios da aliança deveriam ser oferecidos às outras partes da Europa, e até possivelmente ao mundo inteiro. (9)

O que fez a aliança da OTAN ser desejada foi o fato de que era aberta somente aos governos democráticos com mercados abertos. Para uma nação participar da OTAN, tinha primeiro que cumprir estes requisitos.  

Outro resultado desejável da expansão da OTAN foi a redução das chances de guerra. Os membros da OTAN não vão à guerra uns contra os outros.  

Ainda que a expansão não fosse a única razão, a OTAN precisava ser reestruturada. Os líderes ocidentais queriam tornar possível para as nações européias usarem as vantagens militares da OTAN sem a participação dos E.U.A.. Ou seja, a União Européia queria sua capacidade de independência militar.  

A guerra da Bósnia tinha, uma vez mais, lembrado aos líderes europeus quão fracos eles realmente eram. Eles primeiro o perceberam durante a Guerra do Golfo, e agora estavam enfrentando a impotência militar de novo.  

Assim, Solana recebeu o cargo como chefe da OTAN. Não somente ganhou a guerra na Bósnia, mas também tinha que reestruturar a OTAN para a era do pós-guerra fria. Com esta reestruturação, os líderes ocidentais queriam tornar possíveis os seus sonhos por um novo acordo de segurança pan-europeu que, se propriamente formado, poderia ser global. Esta não era uma tarefa simples. 

Mesmo que não pudesse ajudar, gostaria de saber: por que os E.U.A. querem tornar os recursos da OTAN disponíveis aos nossos aliados europeus para seu uso independente? E creio que algo grande está acontecendo na Europa que o povo norte americano não faz idéia.

O saldo do poder militar nos últimos 50 anos, que existiu a favor dos E.U.A. estava para mudar. A Europa estava a caminho de se tornar novamente uma potência militar. E isto com nossa ajuda e nossos equipamentos. 

Novamente pergunto, porque os E.U.A. queriam que isto acontecesse – e quanto mais ajudar? Talvez o melhor homem na administração Clinton para responder a questão fosse o Vice-Secretário Strobe Talbott. Em julho de 1992, ele escreveu um ensaio para a revista Time com o título “O Nascimento da Nação Global”, onde ele revelou que acreditava que o governo global fosse inevitável. 

No ano seguinte após a publicação do ensaio, ele tomou seu posto como Vice-Secretário sob a administração Clinton e ajudou a formar a política externa de Clinton desde o começo.

No mesmo ensaio, Talbott disse sobre federalismo, “se este modelo na verdade funciona globalmente, seria a extensão lógica da sabedoria dos Pais Fundadores, portanto uma fonte especial de orgulho para o eleitor americano por um governo mundial.” (10) 

Para mim parece provável que a visão de Talbott sobre federalismo, possa ter influenciado grandemente o presidente Clinton e contribuído para a idéia de uma expansão da OTAN como um modelo para a Nova Ordem Mundial. 

Assim os líderes ocidentais juntos decidiram fazer da OTAN, um modelo para seu novo plano de segurança pós-guerra fria. Ao pensar a respeito, percebi que a expansão da OTAN era na realidade uma tentativa de criar um acordo de segurança pan-europeu e se possível, a Nova Ordem Mundial. 

De fato, Solana disse sim para si mesmo. Em 11 de janeiro de 1999, disse:  

Atualmente, a OTAN e a União Européia permanecem como os modelos principais do mundo sobre cooperação democrática multinacional, elas exercem uma tremenda atração sobre muitas nações que aspiram pela participação ou cooperação com elas. Ambas as organizações tem inspirado o principal projeto de integração europeu, de cooperação e reconciliação que está corrigindo a divisão não natural do passado entre ocidente e oriente. Ambas são por conseqüência líderes do desenho da Europa como uma só coisa, seu rejuvenescimento e reconstrução. Devemos nos manter firmes em nossa visualização deste projeto político mais elevado, que ambas as organizações personificam, em suas próprias formas respectivas. Somente que a União Européia é mais do que um Mercado comum, é a personificação do ideal político, assim, a OTAN também é mais do que uma aliança militar para a defesa coletiva de seus membros. É um símbolo de como os países podem reunir esforços pela paz, segurança e estabilidade por todo o continente. (11) 

Quando foi chefe da OTAN, Solana recebeu o crédito por manter os aliados briguentos juntos, durante a longa campanha dirigida contra a Sérvia – algo que muitos pensaram ser impossível. 

Mas o que mais capturou os olhares de aprovação dos líderes europeus foi o fato de que Solana foi pessoalmente responsável por negociar com a Rússia, para entrar na expansão da OTAN, esta expansão era algo que os líderes ocidentais desejavam muito. Ainda que alguns nos círculos diplomáticos pensassem que a Rússia pudesse já ter negociado com os países do ex-bloco oriental para se tornarem membros de sua organização militar rival. Mas nisto Solana foi bem sucedido. 

Foi anunciado que - após Solana ter planejado este acordo com a Rússia – ele foi ovacionado no QG da OTAN em Bruxelas. Os líderes ocidentais deram crédito à diplomacia de Solana por tornar possível a maior mudança na segurança da Europa desde que a Conferência de Yalta redesenhou a Europa no fim da Segunda Guerra Mundial. (12) 

Porém algo que Solana disse perto do fim de seu mandato como chefe da OTAN, deve ter chocado os líderes ocidentais. Em um momento de reflexão, Solana realmente se referiu a alguém – possivelmente a si mesmo – como o “Chefe da Comunidade Internacional”. Em uma conferência de imprensa em Prístina, Kosovo, Solana disse:

Uma boa parte de meus 4 anos de mandato como Secretário Geral da OTAN, tem sido devotada aos Balcãs e uma boa parte devotada a Kosovo. Podem imaginar com que emoção eu estou aqui hoje em Pristina para o último período nesta posição. Os desafios que ficam são imensos. A tragédia tremenda de Kosovo tem sido vivida por muitos de vocês e muitos de nós, mas penso que com boa vontade, com cooperação, com as visões de tantos líderes aqui na Europa e no mundo, o Chefe da Comunidade Internacional, geraremos os ingredientes para criar um novo futuro para a população que vive aqui. Podem ter certeza de que continuarei em minha nova posição como Alto Representante da política externa e de Segurança na União Européia, para me envolver com o que para mim já é parte de minha vida. (13) 

Constance Cumbey chamou minha atenção sobre o comentário de Solana. Ela chama a esta conferência de imprensa de Solana de discurso do “Chefe do Mundo”. E sua questão é bem formulada. A quem Solana estava se referindo quando disse “Chefe da Comunidade Internacional?” Ele estava se referindo a si mesmo ou a alguém mais?

Não importa o quanto queremos ler nas palavras de Solana naquela conferência de imprensa, uma coisa é clara – grandes mudanças estão ocorrendo para o saldo do poder no continente europeu. E Javier Solana está bem no meio delas.  

Está se aproximando?

O resultado da prosperidade da Europa sob este acordo gerou muitas previsões de um recente Estados Unidos da Europa que poderia eventualmente incluir não somente a Europa,mas o mundo Mediterrâneo.  

John F. Walvoord, 1967

Por isso fiquei interessado nas 10 Potências do Tratado de Bruxelas e da União Européia Ocidental, e comecei a me interessar por um homem de nome Javier Solana. Enquanto analisava tudo isto, lembrei-me da eleição em Israel que pode ter sido um sinal indicando o surgimento do anticristo. Se Javier Solana for o primeiro a ocupar o posto que algum dia o anticristo ocupará, então um acordo de segurança com Israel já deve já estar em andamento. Solana e as Potências do Tratado de Bruxelas teriam algum tipo de conexão com o Oriente Médio. Logo descobri que eles têm – e de grande forma. 

Javier Solana foi o primeiro nome que vi listado na Declaração de Barcelona. Este documento foi adotado pelo Conselho da Europa em novembro de 1995 em uma conferência realizada em Madri. Este acordo criou a Sociedade Euro-Mediterrânea para a Paz. Ela estabeleceu uma grande área de cooperação – incluindo uma área de livre comércio – entre os estados membros da União Européia e doze nações do Mediterrâneo, incluindo Israel. (15) 

O que me interessou sobre a Sociedade Euro-Mediterrânea pela Paz foi que este tipo de acordo foi usado para criar a União Européia. Começou primeiro como uma área de livre comércio conhecida por algum tempo, como Mercado Comum. Gradualmente estas nações começaram a integrar-se mais profundamente. Atualmente, estas nações européias estão entranhadas  de confusos tratados. 

Em um discurso persuasivo, “Sonambulismo dentro do Super Estado Europeu” um inglês de nome Sir James Goldsmith comparou o processo de unificação atual ocorrendo na Europa com os eventos que criaram a Prússia, amante da guerra, em 1834.

A Prússia tomou o controle sobre os seus países vizinhos, primeiramente por criar uma área de livre comércio. Daí, passo a passo, as nações perderam sua soberania para os burocratas prussianos. 

Seu discurso foi feito como uma advertência. Goldsmith crê que a União Européia pode ser guiada na mesma direção que a Prússia. Como a União Européia começou como uma área livre de comércio – o Mercado Comum Europeu – Goldmith crê que os burocratas da União Européia em Bruxelas poderiam usar o mesmo truque da Prússia para criar o Super Estado Europeu. (16) 

E parte dos planos para o Super Estado aparentemente inclui o Mediterrâneo, já que a União Européia está tentando no momento estender sua área de livre comércio ali. Se o seu plano for bem sucedido, então uma vez mais, o mapa da Europa será novamente como foi durante a época de Cristo. A sombra do Império Romano, uma vez mais, cairia sobre Israel. E as profecias antigas encontradas na Bíblia novamente provariam sua veracidade.  

Como eu disse, Javier Solana foi o primeiro nome mencionado na Declaração de Barcelona. Este acordo iniciou um processo de cooperação para criar o livre comércio entre as 15 nações da União Européia e as 12 nações mediterrâneas – incluindo Israel. 

Como Ministro do Exterior da Espanha, Solana ocupou a presidência rotativa do Conselho da Europa no ano da Conferência de Madri, em 1995. Ele ficou bastante envolvido com os detalhes das negociações. Sabemos disso porque Solana foi creditado com um pouco da diplomacia de último minuto durante a conferência, que salvou o dia. Quando a Síria e Israel não foram capazes de chegarem juntas em uma questão delicada, Solana chegou com um compromisso que ambas as nações puderam concordar. (17)  

Assim, a conexão de Solana para o Oriente Médio foi estabelecida. Ele estava encenando um grande papel pessoalmente no desenvolvimento da política externa da União Européia em relação ao Mediterrâneo. Eu me perguntei, quanto deste moderno renascimento do Império Romano poderia ser reconstituído por Javier Solana. E eu me perguntei, o que mais iria encontrar ligando Solana a Israel e as profecias da Bíblia. Eu estava quase ficando com medo.  

O Mandato Maníaco de Solana

Seu deus será o deus da fortaleza. O anticristo gastará todos os recursos em programas militares. (18) 

H. L. Willmington, 1981

Este homem aparecerá como um Salvador e libertador. Ele trará paz à tensão mundial ao resolver a disputa Árabe-Israelense através de seu poder unido. (19) 

J. Dwight Pentecost, 1961

Não foi surpresa que os 15 chefes de estado da União Européia escolheram Solana para ser seu primeiro Alto Representante, Secretário Geral do conselho da Europa, e Secretário Geral da União Européia Ocidental. Com sua experiência passada como chefe da OTAN e sua incrível habilidade diplomática, ele seria o homem perfeito para dar execução ao novo plano de segurança pan-europeu dos líderes ocidentais.  

Sem a intervenção pessoal de Solana, a Rússia talvez nunca tivesse concordado com a expansão da OTAN em direção ao leste. E sem a aprovação da Rússia, os novos planos de segurança dos líderes europeus teriam sido perigosos – talvez impossíveis – se fossem continuados. 

É aqui onde as coisas começaram a ficar realmente interessantes, profeticamente. Uma decisão do conselho Europeu em Helsink deu a Solana um mandato para criar um exército independente para a União Européia por volta de 2003. (20)  Os chefes de estado da União Européia, entretanto não queriam chamá-lo de exército. Eles preferiram chamá-lo de “capacidade” militar. Com a diferença de ao invés de exército, eles estavam criando uma “capacidade” para movimentar forças dos estados membros quando necessário. Eles também gostam de chamar a atenção para o fato de que as 15 nações que formam a União Européia não têm uma política de defesa mútua. Eles dizem que a OTAN está disponível aos estados membros para seu propósito. 

Ainda que não importasse do que o chamariam, todos sabiam que a União Européia estava criando um exército europeu. De fato, quando Romano Prodi, o presidente da Comissão Européia ficou assustado por usar “certa palavra”, ele disse bruscamente: “quando eu estava falando sobre o exército europeu, eu não estava brincando. Se você não quiser chamá-lo de exército europeu, não o faça, você pode chamá-lo de ‘Margarete’, pode chamá-lo de ‘Ana Maria’, pode chamá-lo de qualquer nome.” (21)  

A meta oficial de Bruxelas era que a nova capacidade militar da União Européia consistisse de 60.000 tropas formadas dos estados membros. E que fosse mobilizada por até um ano com um mero aviso. Esta força deveria ser usada somente em missões humanitárias e manutenção da paz. Embora Solana soubesse que a força estaria pronta em 2003, ele tinha somente até o final de 2.000 para preparar os detalhes. 

Ainda que a decisão do Conselho de Helsinki determinasse não somente que uma força militar fosse criada, mas também pediu pelo estabelecimento de uma “gama completa de capacidades de gerenciamento de crise”. Este aspecto não militar consistiria de agências civis que distribuiriam ajuda humanitária em caso de desastre. Incluiriam também uma força policial paramilitar de 5.000 policiais. 

Com eu disse, foi aqui que as coisas ficaram interessantes. Os chefes de estado da União Européia queriam Solana para criar uma super-força policial para gerar e manter a paz mundial. De acordo com a profecia bíblica, este é o modo como o anticristo se levantará – através de um falso programa de paz (Daniel 8:25). 

A União Européia chama suas missões para levar a paz de Missões Petersberg. Eles identificaram essas assim chamadas Missões Petersberg como tarefas humanitárias e de resgate, mantenedoras de paz, gestão de crises e criadoras de paz. E não planejam limitar estas forças no continente europeu. Eles planejam posicioná-las em qualquer lugar do mundo onde crêem que seus interesses estejam ameaçados.  

Uma organização de liberdades civis na Europa, Statewatch, compartilha de meus interesses sobre as Missões Petersberg da União Européia. Em dezembro de 2.000, publicaram um artigo on-line, “Papel de ‘Policiamento’ Global para a União Européia.” Na conclusão do artigo disseram: 

A distinção entre a ‘defesa’ da União Européia (que é definida como trabalho da OTAN) e a ‘criação e manutenção da paz’ é muito incerta. Existem situações humanitárias genuínas onde todos os recursos da União Européia deveriam ser usados para salvar vidas e existem também algumas situações onde a ONU autorizou intervenções militares (polêmicas e nem tanto). Mas a idéia de que a União Européia devesse atuar independentemente (chamada ‘autônoma’) em operações militares e não militares levanta muitas questões como faz o uso das crises não militares para se assegurar de que a União Européia tem ‘mais sócios fiéis, mais investimentos seguros’ (Solana). (22) 

Considere o que está sendo dito. A razão para que os chefes de estado queiram Solana, para criar uma capacidade de gestão de crises militares e não militares, é para forçar outras nações a fazerem o que eles querem. Não somente querem forças militares, mas também querem uma gama completa de capacidades não militares. Isto incluirá algum tipo de força policial internacional. 

O que torna isto muito mais assustador é que este é o tipo de coisa que o anticristo pretende fazer em sua subida ao poder. É crença comum que o anticristo subirá ao poder através de uma falsa manobra política e de um falso programa de paz. Uma razão porque as pessoas crêem nisto é por esta passagem em Daniel. Daniel disse em relação ao anticristo: 

“Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo”. (Daniel 8:23-25). 

Enquanto a Nova Bíblia padrão Americana diz, “ele destruirá muitos enquanto estiverem em tranqüilidade,” a Bíblia King James diz “e pela paz destruirá muitos.” E isto parece ser a descrição do trabalho de Solana dada pelos chefes de estado da União Européia. Ele está para criar para eles, uma força de reação rápida e capacidade de gestão de crises. Estas forças combinadas estão para ser disponibilizadas para as chamadas Missões Petersberg – criadoras e mantenedoras da paz. E a União Européia quer estas forças disponíveis em qualquer lugar do mundo onde seus interesses forem ameaçados. 

Estas coisas estavam ficando muito interessantes.

Amigo ou Inimigo de 10 chifres?

O terceiro ou o estágio final pode ser um estado de desintegração parcial, no momento da segunda vinda de Cristo como indicado pelo fato exato de que existe guerra e rebelião contra o soberano romano. (23). 

John F. Walvoord, 1967

A criação de um exército europeu independente leva os E.U.A. a uma questão interessante. À luz do que temos aprendido sobre a nova política externa ambiciosa da União Européia, a guerra com nossos aliados europeus é uma futura possibilidade? 

Mesmo que os E.U.A. não creiam, nossos aliados provavelmente crêem. De acordo com um ensaio escrito por Carlos Masala, pesquisador acadêmico sênior do Instituto para Ciência Política e Negócios Europeus da Universidade de Colônia, nossos aliados europeus já estão considerando a possibilidade de tal conflito.  

Masala crê que o confronto entre os E.U.A. e a União Européia poderia estar próximo devido às recentes mudanças na política externa da União Européia as quais eu já mencionei – coisas de que os americanos nem suspeitam. 

Uma das mais importantes destas é a Sociedade Euro-Mediterrânea para a Paz que surgiu por causa da Declaração de Barcelona. Masala reconhece que a Declaração de Barcelona é, em realidade, um processo potencialmente global para integrar outras nações na União Européia. O processo global começa, entretanto com 12 nações mediterrâneas. E isto poderia gerar problemas com os E.U.A.
Como disse antes, a política externa dos E.U.A. na área do Mediterrâneo é para o fluxo livre do petróleo árabe. E isto, porque qualquer interrupção no suprimento de petróleo geraria uma crise na economia americana. Assim os E.U.A. poderiam considerar que a origem da ameaça de seus interesses vitais poderia ser fruto da nova política externa da União Européia. 

Outra mudança que poderia provocar problemas entre os E.U.A. e a Europa é a determinação da União Européia em criar uma independência militar, liderada pelo seu próprio Alto Representante. Muitos especialistas crêem que estes movimentos destruirão a OTAN. De fato em 7 de dezembro de 2.000, O Daily Telegraph reportou que o Secretário de Defesa dos E.U.A. William Cohen advertiu os ministros da OTAN de que se a Europa continuasse com seus planos por uma independência militar, a OTAN se tornaria uma “relíquia do passado.” 

O ensaio escrito por Masala, por si só, não teria muita importância. O problema é que seu ensaio foi publicado como um Estudo Ocasional pelo Instituto para Estudos sobre Segurança, uma divisão da União Européia Ocidental. Em outras palavras, este foi um estudo oficial para as 10 Potências do Tratado de Bruxelas que controlam a União Européia Ocidental e que compõem o novo exército da União Européia. 

Em relação ao “cenário do pior tipo” que poderia resultar devido a todas as mudanças recentes na política externa da União Européia – especialmente o processo Barcelona em considerações à área mediterrânea – Carlos Masala escreve: “A região Mediterrânea, especialmente o oriente mediterrâneo se tornou uma área de competição e talvez de conflito entre os ex-aliados.” (24) 

Então, o impensável está ocorrendo? Nossos aliados europeus estão realmente se preparando para um possível conflito com os E.U.A. sobre a área mediterrânea? Para mim, as razões oficiais que Bruxelas nos está dando para formar um exército europeu, são suspeitas à luz da Sociedade Euro-Mediterrânea para a Paz. 

Quais são as razões oficiais que estão vindo à tona em Bruxelas? Depende da audiência. Em um discurso que Solana fez para uma platéia interessada sobre o futuro das relações OTAN - União Européia, ele disse “A criação da Política Européia de Segurança e de Defesa é dirigida a fortalecer e não a enfraquecer os laços transatlânticos. Ao controlar seu peso total, a União Européia contribuirá para as relações transatlânticas através de melhor compartilhar o peso da segurança.” (25) 

Ainda, em um discurso na Universidade de Madri, Solana enfatizou os interesses humanitários como razão para criar um exército da União Européia. Ele disse: 

A União Européia está, dessa forma, se equipando para uma melhor gestão de crises... O que necessitamos agora é suprir a União – propriamente dito – com os meios e a capacidade de agir na área: se por propósitos logísticos; ou para proteger pessoal humanitário e comboios; ou para acessar as vítimas, em casos onde isto provasse ser impossível. Por isto que os estados membros da União Européia tem se comissionado em Helsink para o posicionamento de uma força de 60.000 militares, para ser tirada dos estados membros, no ano de 2003. (26) 

Assim, após 50 anos de dependência dos E.U.A. por segurança, por que nossos aliados europeus estão repentinamente dispostos a gastar o dinheiro suado de seus cidadãos para uma capacidade militar independente? Eles nos dizem que é para fortalecer a OTAN. Eles também dizem que é por causa de seus interesses humanitários globais. E talvez, ainda tenhamos amigos na Europa que realmente crêem nisso.  

Mas, como temos visto, as profecias na Bíblia indicam que pode haver forças trabalhando, e que têm outros planos para as novas capacidades de gestão de crises da União Européia. E estas forças não são definitivamente nossas amigas. Estou me referindo, com certeza, àquelas forças espirituais do mal que constituem o mistério da injustiça.

Vida Pessoal

Desde que Javier Solana se tornou este importante jogador na União Européia, desejei descobrir tudo sobre ele. Aqui estão algumas das coisas que aprendi. 

Ele nasceu em 14 de julho de 1942, em uma família influente em Madri – Espanha – um país margeando o Mediterrâneo. Em seus dias de faculdade, foi expulso da escola por causa das suas demonstrações anti-OTAN. Sua família conseguiu apertar os botões certos e ele foi autorizado a continuar sua educação. 

Ele conseguiu seu doutorado em física como um bolsista Fulbrigh em várias universidades americanas. Enquanto esteve nos E.U.A., testemunhou as demonstrações sobre o Vietnam e sobre os direitos civis e relembra desses momentos com carinho. (27) Mas ele ficou temeroso de participar porque não era um cidadão. Enquanto esteve nos E.U.A. ele conheceu e casou-se com sua esposa, Concepcion. 

Após completar sua educação, ele e sua esposa voltaram para a Espanha. Solana se tornou um professor de Física do Estado Sólido na Universidade Complutense de Madri. Durante esta época, publicou mais de 30 livros técnicos sobre este assunto.  

Em 1964, Solana participou do Partido Socialista Espanhol. Desde então, tornou-se um membro do Parlamento em 1974. Quando os socialistas assumiram o poder em 1982, ele foi indicado como ministro do gabinete espanhol. E manteve a posição de ministro na Espanha até 1995, quando foi indicado para Secretário Geral da OTAN – a organização que um dia tentou destruir.

E aqui há um pouco de informação que pode se provar importante ao nosso entendimento de como as profecias poderiam se referir a este homem. Javier Solana acaba de se tornar membro do Capítulo Espanhol do Clube de Roma. (28) 
 
 

Notas do Capítulo 8
1. J. Dwight Pentecost, Prophecy For Today (Grand Rapids: Zondervan Publishing House,1961) 90. 
2. Pedro Ford, “Now U.S. can ring up Mr. Europe,” Christian Science Monitor, 4 June 1999, vol. 91, issue 132. 
3. Derek Brown, “Who Holds the Reins of Power in Europe?,” special report: EU integration, 29 November 2.000, Guardian Unlimited, Internet: http://www.guardian.co. 
4. Antonio Missiroli (2.000, February)  “CFSP, Defense and Flexibility” [Chaillot Paper 38] Western European Union, Institute for Securities Studies, Internet:http://www.weu.int. 
5. H. L Willmington, Willmington’s Guide to the Bible, 563. 
6. Jay Branegan, “A Straight-Shooting Spaniard at NATO,” Time, 13 January 1997, vol. 149 No.2, Europe. 
7. Ibid. 
8. “NATO Handbook,” 1998 edition, NATO, Internet: http://www.nato.int 
9. NATO (1999, April 24) “The Alliance’s Strategic Concept”  [press release], Internet: http://www.nato.int. 
10. Strobe Talbott, “The Birth of the Global Nation,” Time, 20 July 1992. 
11. Javier Solana (1999, January 11) “NATO Agenda towards the Washington Summit” [speech] NATO, Internet: http://www.nato.int. 
12. James Walsh, “A Done Deal,” Time, 26 May 1997, vol. 149 No. 21, Europe. 
13. Javier Solana, (1999, September 27) “KFOR Press Conference by the NATO   Secretary General” [transcript] NATO, Internet: 
 http://www.nato.int/kosovo/press/1999/k990927b.htm. 
14. João F. Walvoord, The Nations in Prophecy, 93. 
15. European Union, “Barcelona Declaration” (1995, September 27-28) Europa, Internet: http://www.europa.eu.int. 
16. Sir. James Goldsmith (1996) “Sleepwalking into the European Superstate” [speech] Free Britain, Internet: http://www.freebritain.co.uk 
17.  Benjamin Jones, “Javier Solana,” [profile] Europe magazine, Feb 1996, issue 353, 25,1p, 1c. 
18. H. L. Willmington, Willmington’s Guide to the Bible, 242. 
19. J. Dwight Pentecost, Prophecy For Today, 90. 
20. European Union (1999, December 11-12) “Helsinki European Council”  
[presidency conclusion] Europa, Internet: http://www.europa.eu.int. 
21. George Kerevan, “E.U. Marching Towards a Confederation Army,” The Scotsman, 21 November 2.000, 1. 
22.  Statewatch News Online, “Global ‘Policing’ Role for EU,” Statewatch News Online, Internet: http://www.statewatch.org. 
23. João F. Walvoord, The Nations in Prophecy, 89. 
24. Carlos Masala, “XIV. Four Scenarios for the Relationship between the EMP and NATO’s Mediterranean Dialogue,” published in Martin Ortega, ed. (2.000, March) “The Future of the Euro-Mediterranean Security Dialogue,” [Occasional Papers] Western European Union, Institute for Security Studies, Internet: http://www.weu.int. 
25. Solana (2.000, November 8) “The Foreign Policy of the EU — Liberal International — The Hague,” [speech] Europa, Internet; http://www.europa.eu.int. 
26. Solana (2.000, July 7) “Inaugural Conference of the Course ‘Towards a New 
International Morality: the Humanitarian Interventions,’” [speech] Europa, Internet: http://www.europa.eu.int. 
28. Jay Branegan, “A Straight-Shooting Spaniard at NATO,” Time, 13 January 1997, Vol. 149 No. 2, Europe. 
29. Europa, Internet: http://www.europa.eu.int. 

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